A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu após cair em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia. A confirmação foi feita nesta terça-feira (24) pela irmã da jovem, Mariana Marins, por meio de um perfil criado para divulgar informações sobre o caso. Juliana estava desaparecida desde o último sábado (21), quando se separou do grupo com o qual fazia a trilha guiada.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz o comunicado da família.
Corpo foi localizado após mais de 72 horas de buscas
No início da semana, drones conseguiram localizar Juliana visualmente imóvel em uma área de difícil acesso, a cerca de 500 metros de profundidade. Na manhã desta terça, os socorristas conseguiram descer até a região, mas constataram que ela havia escorregado ainda mais, ficando a cerca de 900 metros da trilha principal. A operação de resgate foi marcada por fortes ventos, neblina densa e terreno acidentado, o que dificultou os avanços das equipes.
Família acusa negligência e omissão nas buscas
A família da jovem criticou duramente a atuação das autoridades indonésias e dos socorristas, apontando falhas no planejamento e lentidão na resposta. A irmã de Juliana denunciou que o primeiro deslocamento demorou cerca de 17 horas, quando o esperado seria de no máximo sete. Também negou informações oficiais de que a jovem teria recebido água, comida e roupas, acusando o governo indonésio de divulgar vídeos manipulados e dados falsos. Segundo ela, Juliana passou noites no penhasco, sem proteção, abandonada.
Jovem foi deixada sozinha por guia turístico
Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), estava fazendo um mochilão pela Ásia desde fevereiro, com passagens por Filipinas, Vietnã e Tailândia. Durante a trilha no Rinjani, acompanhada por outros seis turistas e dois guias, ela teria apresentado sinais de exaustão. Um dos guias, identificado como Ali Mustafa, orientou que ela descansasse enquanto seguia com o grupo. Ao retornar, Juliana já havia desaparecido. A única pista foi a lanterna da jovem, encontrada 200 metros abaixo de um penhasco.
Monte Rinjani é um dos vulcões mais perigosos da Indonésia
O Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, com 3.726 metros, e é conhecido por sua caldeira de grande extensão e atividade contínua. É considerado um destino popular para trilhas, embora seja classificado como de alto risco. A última erupção registrada ocorreu em 2016.
Itamaraty e Prefeitura de Niterói emitem notas de pesar
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou a morte de Juliana e informou que a embaixada brasileira em Jacarta acompanhou o caso desde o início. Em nota oficial, o Itamaraty lamentou a tragédia e prestou solidariedade aos familiares da vítima.
A Prefeitura de Niterói também se manifestou, destacando a trajetória da jovem como inspiradora e expressando pesar pela perda. “Juliana era uma jovem cheia de sonhos, apaixonada pela natureza, por Niterói e por conhecer o mundo”, afirmou o município em nota.
A morte de Juliana comoveu não só sua cidade natal, mas também milhares de pessoas que acompanharam com esperança as buscas nos últimos dias.