O piloto do balão que caiu neste sábado (21) em Praia Grande, no extremo sul de Santa Catarina, declarou à Polícia Civil que o incêndio que levou à tragédia teria começado por um maçarico que estava no interior do cesto da aeronave. O acidente resultou na morte de oito pessoas e deixou outras 13 feridas.
De acordo com o depoimento prestado pelo piloto sobrevivente, não foi possível afirmar se o maçarico permaneceu aceso ou se houve uma ignição espontânea. No entanto, segundo o relato, o fogo teve início justamente a partir desse equipamento. O delegado Tiago Luiz Lemos, que acompanha o caso, informou que o piloto tentou descer o balão ao perceber o fogo e orientou os passageiros a pularem do cesto quando a estrutura estava mais próxima do solo.
“Algumas pessoas conseguiram saltar, mas outras não. O peso restante fez o balão voltar a subir e, sem sustentação, essas pessoas acabaram caindo”, relatou o delegado.
O acidente mobilizou as forças de segurança e emergência do estado. A Prefeitura de Praia Grande emitiu nota de pesar, oferecendo apoio às famílias das vítimas e informando que equipes municipais foram mobilizadas para colaborar com os trabalhos de investigação.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), também lamentou a tragédia e afirmou que todo o aparato estadual está à disposição para prestar assistência às famílias. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou solidariedade e colocou o governo federal à disposição das autoridades locais.
Investigação e possíveis responsabilizações
As autoridades já iniciaram as investigações para apurar as causas do incêndio e eventuais responsabilidades. A informalidade na operação de voos turísticos e a ausência de regulamentações específicas para o setor estão entre os pontos que chamaram a atenção dos investigadores. Segundo a polícia, tanto o piloto quanto o proprietário da empresa responsável pelo balão podem ser responsabilizados criminalmente, a depender do avanço das apurações.
Diante da gravidade do acidente, o governo federal já anunciou que pretende elaborar um projeto de lei para regulamentar de forma mais rigorosa as atividades ligadas ao turismo de aventura, especialmente os voos de balão. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por sua vez, destacou que esse tipo de atividade é considerada de alto risco e que os passageiros participam “por conta e risco próprios”.