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Acidente
21/06/2025 22:00:00

Conflito Irã x Israel chega ao 9º dia com novos ataques e tensões diplomáticas

Conflito Irã x Israel chega ao 9º dia com novos ataques e tensões diplomáticas

A ofensiva entre Israel e Irã completou nove dias neste sábado (21/06), com novos bombardeios e declarações que indicam a continuidade da escalada militar. O governo israelense afirmou que os ataques já teriam atrasado o programa nuclear iraniano “em pelo menos dois ou três anos”. Em contrapartida, Teerã condicionou qualquer retomada de negociações com os Estados Unidos à suspensão imediata da ofensiva israelense.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, declarou ao jornal alemão Bild que a campanha contra o Irã já resultou em "ganhos significativos". Segundo ele, Israel continuará os ataques até eliminar totalmente o que considera uma ameaça existencial. “Já atrasamos em pelo menos dois ou três anos a possibilidade de eles terem uma bomba nuclear”, afirmou Saar.

Os ataques israelenses começaram em 13 de junho, sob a justificativa de que o Irã estaria prestes a desenvolver uma arma nuclear. O governo iraniano nega a acusação e respondeu com lançamentos de mísseis e drones. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por sua vez, informou que seu último relatório não contém evidências de que o Irã esteja realizando esforços sistemáticos para fabricar uma bomba atômica.

Teerã exige cessar-fogo para negociar

Apesar da escalada militar, a diplomacia segue em movimento. Os ministros das Relações Exteriores da França, Reino Unido e Alemanha informaram, após uma reunião em Genebra, que existe abertura iraniana para retomar o diálogo sobre o programa nuclear. No entanto, o chanceler iraniano Abbas Araqchi deixou claro que qualquer tentativa de negociação está condicionada ao fim dos ataques israelenses.

“Estamos prontos para considerar a diplomacia, uma vez que a agressão cesse e o agressor seja julgado”, afirmou Araqchi. Antes do início da ofensiva, representantes iranianos e americanos vinham negociando um novo acordo para substituir o pacto de 2015, enfraquecido desde a saída dos EUA em 2018, durante o governo de Donald Trump.

Novos bombardeios e mortes de comandantes

Neste sábado, Israel intensificou os ataques e anunciou ter atingido “infraestruturas de armazenamento e lançamento de mísseis” no centro do Irã. Em comunicados oficiais, o Exército israelense confirmou a morte de três comandantes de alto escalão da Guarda Revolucionária Iraniana, em ações distintas.

Entre os alvos, estava Saeed Izadi, comandante de um subgrupo da Força Quds, morto após um ataque aéreo em seu apartamento na cidade de Qom. Também foram mortos Aminpour Joudaki, chefe de uma brigada de drones da Guarda Revolucionária, e Behnam Shahriyari, comandante da Unidade de Transferência de Armas, atingido por uma bomba em seu veículo no oeste do Irã.

Israel acusa Shahriyari de ser responsável por enviar armas e milhões de dólares a milícias através de conexões na Turquia e no Líbano.

Com o conflito se prolongando e as perspectivas de trégua ainda distantes, cresce o temor de uma guerra de maior escala no Oriente Médio, envolvendo atores internacionais e ampliando os riscos regionais.