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Acidente
21/06/2025 16:00:00

Instalação nuclear secreta do Irã desafia Israel e só poderia ser destruída com bomba dos EUA

Instalação nuclear secreta do Irã desafia Israel e só poderia ser destruída com bomba dos EUA

Escondida em uma montanha ao sul de Teerã, a usina de enriquecimento de urânio de Fordow representa um dos maiores desafios estratégicos da atual escalada de tensões no Oriente Médio. Considerada vital para o programa nuclear iraniano, a instalação está localizada tão profundamente no subsolo que apenas uma bomba extremamente poderosa dos Estados Unidos poderia atingir suas estruturas principais.

Fordow, construída a cerca de 96 quilômetros da capital iraniana, está instalada sob uma região montanhosa próxima à cidade de Qom. A localização subterrânea foi estrategicamente escolhida para proteger o complexo de ataques aéreos convencionais. Inicialmente utilizada pela Guarda Revolucionária Islâmica, a estrutura só foi reconhecida oficialmente pelo Irã em 2009, após ter sido revelada por serviços de inteligência ocidentais.

A instalação consiste em dois túneis principais e diversos túneis menores, abrigando centrífugas responsáveis pelo enriquecimento de urânio. Imagens de satélite mostram seis entradas para os túneis, um forte esquema de segurança e edifícios de apoio acima do solo.

Israel, que afirma que o local representa uma ameaça direta à sua existência, considera Fordow um dos principais alvos estratégicos. Contudo, as bombas bunker-busters de seu arsenal não seriam suficientes para penetrar os cerca de 80 a 90 metros de profundidade em que os túneis de Fordow estariam situados. O míssil israelense mais potente alcança profundidades inferiores a 10 metros de concreto.

A única arma conhecida com capacidade para alcançar essas profundezas é a GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma bomba de 13 mil quilos desenvolvida pelos EUA. Essa bomba é capaz de perfurar até 18 metros de concreto ou 61 metros de terra antes de explodir. Mesmo assim, analistas afirmam que, em Fordow, nem mesmo um ataque com MOP garantiria destruição completa, dada a profundidade e possível reforço dos túneis.

Observadores militares notaram a presença de seis bombardeiros B2 na base aérea de Diego Garcia, a cerca de 3.700 km do Irã, no início de abril. O B2 é o único bombardeiro americano capaz de carregar a MOP. Ainda não se sabe se essas aeronaves permanecem na base, mas sua presença pode indicar preparação para ataques precisos.

Além disso, os EUA têm deslocado dezenas de aviões militares para a Europa, incluindo diversos aviões-tanque KC-135, que servem para reabastecimento em voo, ampliando a capacidade operacional de caças e bombardeiros no Oriente Médio. Imagens recentes mostram esses aviões voando em formação na Inglaterra.

Para especialistas, os movimentos são indícios de que os Estados Unidos estão prontos para participar diretamente de possíveis ações militares contra o Irã, caso o conflito se intensifique. O presidente Donald Trump afirmou que ainda avalia se os EUA se juntarão aos ataques israelenses, mas advertiu que sua paciência com Teerã “já se esgotou”.

Enquanto isso, Fordow permanece como símbolo da resistência iraniana e do dilema militar enfrentado pelo Ocidente: um alvo estratégico, profundamente protegido, cuja destruição pode exigir uma ofensiva com consequências imprevisíveis para toda a região.