O ator Francisco Cuoco morreu nesta quinta-feira, 19 de junho, aos 91 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein e teve a morte confirmada por falência múltipla dos órgãos, segundo informou sua assessoria de imprensa. A confirmação também foi dada pelo consultor e escritor Mauro Alencar, amigo próximo da família.
Recluso nos últimos anos, Cuoco enfrentava diversos problemas de saúde, incluindo ansiedade e sobrepeso, tendo chegado a pesar cerca de 130 quilos. O velório será realizado nesta sexta-feira (20), das 7h às 15h, no Funeral Home, na Bela Vista, com acesso aberto ao público. O sepultamento ocorrerá às 16h, restrito a familiares e amigos.
Trajetória pessoal e profissional
Nascido em 29 de novembro de 1933, na capital paulista, Cuoco era filho de um feirante italiano e cresceu no bairro do Brás. Abandonou o curso de direito para estudar arte dramática aos 20 anos e construiu uma carreira sólida no teatro, televisão e cinema.
Casado nos anos 1960 com a atriz Carminha Brandão, teve depois três filhos com Gina Rodrigues, de quem se separou em 1984. Em 2013, assumiu um relacionamento com Thaís Almeida, 54 anos mais jovem, mas o romance terminou em 2017. Cuoco deixou filhos e netos.
Do teatro às novelas
A estreia no teatro ocorreu ainda nos anos 1950, integrando o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto. No início da TV, participou de peças ao vivo no Grande Teatro Tupi. Sua primeira novela foi Marcados pelo Amor (1964), na TV Record, seguida por Redenção (Excelsior).
Na TV Globo, estreou em 1970 com Assim na Terra Como no Céu, ganhando fama nacional como protagonista de sucessos como Selva de Pedra (1972), Pecado Capital (1975) e O Astro (1977). Em 1998 e 2011, participou das novas versões dessas produções, em papéis diferentes.
Outros destaques foram O Outro (1983), onde interpretou dois personagens, e O Salvador da Pátria (1989), como o vilão Severo Branco. Nos anos 2010, teve participações em novelas como Passione (2010), Boogie Oogie (2014), Segundo Sol e Pega Pega (2018). Sua última aparição na TV foi em Salve-se Quem Puder (2020), interpretando a si mesmo.
Cinema e redes sociais
No cinema, atuou em títulos como Tiração, Gêmeas, Cafundó e A Partilha, além de Real Beleza, seu último trabalho nas telonas. Em 2021, ingressou nas redes sociais, criando um canal no YouTube e perfis no TikTok e Instagram, onde somava mais de 100 mil seguidores. Compartilhava poesias, reflexões e vídeos curtos, com o lema: “O que importa é continuar trabalhando e criando”.
Francisco Cuoco deixa um legado marcante na dramaturgia brasileira, sendo lembrado por sua presença elegante, voz inconfundível e personagens que atravessaram gerações.