A multinacional canadense Pacific Bay Minerals anunciou um investimento superior a R$ 8 milhões para avaliar jazidas de ouro em uma área de mais de 14 mil hectares localizada entre os municípios de Coité do Nóia e Arapiraca, no Agreste de Alagoas. A iniciativa visa confirmar a presença de depósitos auríferos recentemente identificados e poderá marcar uma nova fase na exploração mineral da região.
O investimento, correspondente a US$ 1,56 milhão, será destinado à perfuração confirmatória, testes metalúrgicos e à análise econômica do projeto, batizado de Pereira Velho. A operação faz parte de uma carta de intenções assinada com a gestora britânica Appian Capital Advisory, que prevê a aquisição integral do projeto pela companhia canadense.
Estudos indicam alto potencial mineral
Segundo estudos da Universidade Federal de Sergipe (UFS), atualizados pela própria Pacific Bay Minerals, a área inserida nos Domínios do Rio Coruripe e no Complexo Arapiraca apresenta forte indício da presença de ouro. A pesquisa geológica apontou concentrações de ouro variando entre 1 ppb e 1090 ppb, com um background médio de 135,4 ppb. Os maiores teores foram encontrados no setor noroeste da área, indicando um ponto com alto potencial de exploração.
O foco inicial da empresa está numa área de aproximadamente 31,8 km² no município de Coité do Nóia, que também abrange Limoeiro de Anadia e Taquarana. Geólogos indicam que as concentrações seguem uma direção noroeste-sudeste, coincidindo com zonas de cisalhamento — formações geológicas favoráveis à presença de minérios.
Projeto prevê expansão regional e uso de infraestrutura existente
O Projeto Pereira Velho inclui 11 concessões minerais, totalizando 14.596 hectares. A área está a apenas 25 km da Mina de Cobre Serrote da Laje, em Craíbas — empreendimento que foi adquirido em março pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous por mais de R$ 2,3 bilhões, o que reforça o crescente interesse de investidores internacionais pelo potencial mineral da região.
Com acesso rodoviário pavimentado, rede elétrica próxima e a localização estratégica nas proximidades de Arapiraca — segunda maior cidade do estado — o projeto também se beneficia de mão de obra qualificada disponível localmente.
Anomalia aurífera confirmada em perfurações anteriores
O relatório técnico 43-101 divulgado pela Pacific Bay Minerals destaca que já foram realizadas 6.363 metros de perfuração com diamante em 47 furos entre 2018 e 2022. Os resultados confirmaram a presença de mineralização de ouro disseminada e próxima à superfície, alojada em formações de quartzito e gnaisse fraturados.
Com esses dados, a empresa canadense aposta na viabilidade econômica do projeto e se prepara para os próximos passos, que podem consolidar o Agreste alagoano como um novo polo de mineração aurífera no Brasil.