Trump movimenta tropas, eleva ameaças e sinaliza possível ofensiva direta contra o Irã

Em meio ao conflito entre Israel e Irã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem adotado uma postura mais agressiva em relação a Teerã, dando indícios de que pode autorizar uma ação militar direta. Apesar do Pentágono afirmar que as forças americanas continuam agindo de forma estritamente defensiva, declarações recentes da Casa Branca apontam para uma possível entrada ativa dos EUA no conflito, conforme reportagem da revista Newsweek.

Antes da ofensiva massiva de Israel, iniciada na quinta-feira (12), Trump ainda demonstrava interesse em manter abertas as negociações sobre o programa nuclear iraniano, cuja sexta rodada estava prevista para o domingo anterior (8) em Omã. Mesmo após os primeiros ataques israelenses, o presidente norte-americano incentivou Teerã a seguir buscando um acordo.

No entanto, o cenário se agravou na segunda-feira (16), quando Trump, pouco antes de deixar subitamente a reunião do G7 no Canadá, fez um alerta para que os moradores de Teerã deixassem a cidade. Em seguida, convocou uma reunião de emergência com seus principais conselheiros de segurança na Sala de Situação da Casa Branca.

Trump afirma ter domínio aéreo sobre Irã e chama Khamenei de “alvo fácil”

A tensão aumentou ainda mais na terça-feira (17), após o presidente publicar mensagens nas redes sociais alegando que os Estados Unidos têm “controle total dos céus do Irã”. Trump afirmou saber onde se encontra o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, a quem chamou de “alvo fácil”. Disse ainda: “Não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos por enquanto.”

Nas postagens, Trump também deixou claro que a paciência de Washington está próxima do fim. “Não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando. Obrigado pela atenção a este assunto!” Em outro trecho, exigiu do governo iraniano uma “RENDIÇÃO INCONDICIONAL!”.

Pentágono envia reforços ao Oriente Médio e Departamento de Estado cria força-tarefa

Ao mesmo tempo em que o discurso se intensifica, os Estados Unidos aumentam sua presença militar na região. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, ordenou o deslocamento do grupo de ataque do porta-aviões USS Nimitz para a área sob responsabilidade do Comando Central das Forças Armadas (Centcom), com o objetivo de proteger tropas americanas no Oriente Médio.

O Departamento de Estado, por sua vez, criou uma força-tarefa para auxiliar cidadãos americanos que desejam deixar a região. A porta-voz Tammy Bruce informou que o grupo está atendendo chamados de norte-americanos em diversas partes do mundo, auxiliando com os serviços necessários para retirada da zona de risco.

Vice-presidente Vance apoia Trump e justifica endurecimento

O vice-presidente JD Vance, que costuma criticar intervenções militares dos EUA no exterior, saiu em defesa de Trump nas redes sociais. Segundo ele, o presidente pode decidir agir com mais firmeza para conter o programa nuclear iraniano. “Ele está apenas interessado em usar o poder militar americano para alcançar os objetivos do povo americano. Seja o que for que ele faça, esse é o foco dele”, declarou.