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Guerra
18/06/2025 00:00:00

Israel isola Khamenei ao eliminar seu círculo de poder

Israel isola Khamenei ao eliminar seu círculo de poder

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, enfrenta um momento crítico em meio à intensificação do confronto com Israel. Aos 86 anos, ele se vê cada vez mais isolado após perder parte significativa de seu círculo próximo de conselheiros, composto por figuras-chave da Guarda Revolucionária e do setor de inteligência. Esses aliados foram mortos nos recentes ataques aéreos israelenses, o que fragiliza a estrutura de poder do regime iraniano.

Entre os mortos estão Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária; Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; Amir Ali Hajizadeh, responsável pelo programa de mísseis balísticos; Mohammad Kazemi, chefe da espionagem; Esmail Qa?ani, comandante da brigada Quds; Gholam Ali Rashid, vice-comandante das Forças Armadas; e Ali Shadmani, que havia sido nomeado como sucessor de Rashid. O Irã ainda não confirmou oficialmente todas as mortes.

Além das perdas humanas, a Agência Internacional de Energia Atômica informou que os bombardeios atingiram diretamente instalações do programa nuclear, incluindo áreas subterrâneas da planta de enriquecimento de urânio em Natanz. Fontes que participam de reuniões com o aiatolá alertam que o Irã agora corre um alto risco de tomar decisões estratégicas equivocadas.

O círculo de conselheiros de Khamenei é composto por 15 a 20 homens entre militares, religiosos e políticos, cuja lealdade ao líder e à República Islâmica é inquestionável. Com poder absoluto sobre as Forças Armadas, o aiatolá ainda escuta conselhos e procura diversas fontes de informação, demonstrando cautela e perseverança. Segundo analistas, sua principal prioridade é assegurar a sobrevivência do regime.

Aliados eliminados e pressão internacional aumentam isolamento do aiatolá

O impacto da morte dos principais comandantes da Guarda Revolucionária atinge o coração do poder militar iraniano. Essa força, subordinada diretamente a Khamenei, tem papel central na repressão interna e na estratégia regional do país. Apesar disso, conselheiros importantes ainda permanecem ao lado do líder supremo, incluindo nomes como seu filho Mojtaba Khamenei, o vice-assistente Ali Asghar Hejazi, o chefe de gabinete Mohammad Golpayegani e os ex-chanceleres Ali Akbar Velayati e Kamal Kharazi.

A perda de aliados regionais também aprofunda o isolamento do aiatolá. O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em setembro passado por um ataque israelense. O ditador sírio Bashar al-Assad foi deposto no fim de 2024, os houthis estão sob ataque dos EUA, e o Hamas, que controla Gaza, sofre pesadas ofensivas. Khamenei vê, assim, a desintegração da aliança do chamado “Eixo da Resistência”, antes considerada estratégica para a influência do Irã no Oriente Médio.

Trump ameaça Khamenei e exige rendição do Irã

A pressão externa também cresceu com declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou saber onde Khamenei está escondido e o chamou de "alvo fácil", embora tenha garantido que ele não será assassinado "por enquanto". Em tom ameaçador, Trump exigiu a rendição do Irã e disse que busca um "fim real" para o conflito, e não apenas um cessar-fogo.

Trump sugeriu que o aiatolá pode ter o mesmo destino de Saddam Hussein, executado em 2006 após ser deposto por forças americanas. O premiê israelense Benjamin Netanyahu também indicou que não descarta a possibilidade de matar o líder supremo, afirmando que tal ação colocaria fim ao confronto.

Israel justificou seus ataques ao Irã como forma de evitar que Teerã desenvolva armas nucleares. O Irã nega essa intenção e afirma que seu programa atômico tem fins exclusivamente civis. O país, signatário do Tratado de Não Proliferação, foi recentemente censurado pela AIEA por descumprir obrigações do pacto, fato inédito em duas décadas.

Até o momento, os bombardeios israelenses deixaram 224 mortos e mais de 1.200 feridos no Irã, incluindo cientistas nucleares e altos oficiais militares. Do lado israelense, 24 pessoas morreram e outras 592 ficaram feridas após os ataques iranianos. A escalada do conflito torna o futuro da República Islâmica mais incerto, enquanto Khamenei, cada vez mais isolado, tenta manter o controle em meio à crise.