O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) requisitou, por meio da Operação Trapaça, a condenação a quase 255 anos de prisão para oito pessoas denunciadas por envolvimento em esquemas de jogos de azar, rifas fraudulentas e lavagem de dinheiro. A ação penal foi apresentada em 9 de junho pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), que investiga a atuação de uma organização criminosa estruturada.
O foco principal da apuração foi o cassino virtual “Fortune Tiger”, popularmente conhecido como jogo do tigrinho, que ganhou notoriedade com a promoção em massa feita por influenciadores digitais. Conforme apontado pelo Gaesf, a organização criminosa era comandada por um ex-policial militar que exibia uma vida de luxo nas redes sociais e que, além de divulgar links e grupos de apostas, também manipulava rifas em parceria com outros investigados, prática caracterizada como lavagem de dinheiro.
A denúncia aponta que os sorteios promovidos nas redes sociais eram manipulados para favorecer membros da quadrilha, enganando o público com falsas promessas de prêmios e reforçando o caráter fraudulento das ações. “Essa prática, além de ilegal, reforça o caráter enganoso das atividades dos criminosos, que utilizavam a falsa promessa de prêmios para atrair vítimas e legitimar o esquema ilícito”, declarou o promotor de Justiça Cyro Blatter, coordenador do Gaesf.
Penas ultrapassam 254 anos de prisão
Entre os denunciados estão o proprietário formal de veículos de luxo usados pelo suposto líder da organização, a esposa dele – também responsável por divulgar rifas e apostas – e um sócio em uma das empresas investigadas. A apuração identificou ainda fraudes bancárias e o uso de “laranjas” para ocultação de bens de alto valor, como carros registrados em nome de terceiros, mas divulgados abertamente nas redes sociais.
O líder da organização criminosa teve contra si uma pena requerida de 77 anos e cinco meses de reclusão. Os demais sete influenciadores somam juntos 177 anos e dois meses, totalizando 254,7 anos de prisão solicitados pelo MP.
Operação Trapaça e atuação do Gaesf
A Operação Trapaça foi deflagrada em dezembro do ano passado e recebeu esse nome em alusão ao tipo de engano utilizado para atrair vítimas com promessas de ganhos rápidos e fáceis por meio de jogos, o que se revelou um esquema fraudulento.
O Gaesf é composto por representantes do Ministério Público do Estado de Alagoas, Secretaria de Estado da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado, Polícias Civil e Militar, Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social e Polícia Científica, e tem como missão o combate à criminalidade organizada, sonegação fiscal e lavagem de bens no estado.