Criado para proteger Israel de ataques aéreos, o sistema antimísseis conhecido como Domo de Ferro (Iron Dome) foi projetado para interceptar foguetes e projéteis de curto alcance. Desde sua ativação em 2011, o sistema já teria impedido que mais de 5 mil mísseis atingissem áreas habitadas, com taxa de sucesso estimada em 90%, segundo dados da empresa estatal Rafael Advanced Defence Systems.
Eficiência demonstrada em meio a conflitos
Durante os recentes confrontos entre Israel e Irã, o Domo de Ferro voltou a ser testado sob pressão. Na última sexta-feira (13), após ataques israelenses a alvos nucleares iranianos, o Irã respondeu lançando dezenas de mísseis contra cidades israelenses. Embora a maioria tenha sido interceptada, sete pontos da capital foram atingidos. Em ofensivas anteriores, como em outubro de 2024 e durante os combates com o Hamas desde 2023, o sistema também demonstrou alta eficácia, protegendo regiões como Tel Aviv de ataques oriundos de Gaza, Líbano, Síria, Iraque e Iêmen.
Três camadas de defesa
O sistema de defesa aérea de Israel é estruturado em três níveis. O Domo de Ferro é responsável por abater foguetes de curto alcance e projéteis de artilharia. Para ameaças mais distantes, há o sistema Arrow, voltado a mísseis de longo alcance, e o David’s Sling (ou “parede mágica”), usado para mísseis de médio alcance, drones e mísseis de cruzeiro.
Como funciona o Domo de Ferro
Cada unidade do Domo de Ferro é composta por um radar, um centro de controle e baterias lançadoras de mísseis. O radar detecta os projéteis poucos segundos após o lançamento inimigo e, com base em cálculos rápidos, determina se o alvo é uma área habitada. Só nesses casos o sistema dispara seus mísseis interceptores, que não atingem o foguete diretamente, mas explodem perto dele, neutralizando-o no ar. Apesar disso, os destroços ainda podem provocar danos ao atingir o solo.
Cada bateria do Domo de Ferro pode operar com até 20 mísseis interceptores e proteger cidades de médio porte. Atualmente, existem dez sistemas móveis em operação, realocados conforme as necessidades estratégicas.
Alto custo limita uso
Embora seja altamente eficiente, o sistema tem custo elevado. Cada míssil interceptador custa entre 40 mil e 50 mil euros (R$ 221 mil a R$ 277 mil), o que faz com que o Domo de Ferro seja acionado apenas quando há risco real para a população civil. Para cobrir todo o território israelense, seriam necessárias ao menos 13 baterias, já que o alcance de cada unidade é de cerca de 70 quilômetros.
Iron Beam: o reforço a laser
Para reduzir custos operacionais e ampliar a capacidade de defesa, Israel planeja integrar ao seu arsenal o sistema a laser conhecido como Iron Beam. Apresentado em 2014 e desenvolvido pela Rafael Systems com participação da americana Lockheed Martin desde 2022, o novo armamento é voltado à destruição de mísseis de pequeno porte, drones e morteiros.
Com custo estimado em cerca de US$ 2 mil por disparo (R$ 5,5 mil), a Iron Beam representa uma alternativa mais econômica ao Domo de Ferro, além de oferecer munição praticamente ilimitada. A previsão é de que essa nova tecnologia comece a ser utilizada ainda em 2025.