Os ataques aéreos de Israel contra alvos estratégicos no Irã já provocaram a morte de pelo menos 224 pessoas e deixaram mais de mil feridos, conforme informado neste domingo (15) pelo Ministério da Saúde iraniano. A maioria das vítimas é civil, segundo o governo local. Entre os mortos estão Mohammad Kazemi, chefe de inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, além de outros dois generais da área, Hassan Mohaghegh e Mohsen Bagheri. A agência oficial Irna se referiu aos oficiais como “mártires”.
A ofensiva israelense teve início na noite de sexta-feira (13), horário local, e mira estruturas militares iranianas sob a justificativa de conter o desenvolvimento do programa nuclear do país. Entre os alvos atingidos estão depósitos de mísseis, instalações de defesa, a sede do Ministério da Defesa e centros ligados à Organização de Inovação e Pesquisa em Defesa, localizada em Teerã.
Além dos alvos militares, os bombardeios também causaram danos significativos à infraestrutura civil. Um ataque atingiu um edifício residencial na capital, resultando em pelo menos cinco mortes. O Ministério das Relações Exteriores do Irã acusou Israel de ter como alvo deliberado um prédio do governo, deixando vários civis feridos.
Em resposta aos ataques, o Irã lançou uma nova leva de mísseis contra cidades israelenses. Desde o início do confronto, ao menos 13 pessoas morreram em Israel e outras 380 ficaram feridas. Segundo o governo israelense, a maior parte dos projéteis iranianos foi interceptada pelo sistema de defesa Domo de Ferro, com apoio logístico dos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que os Estados Unidos não estão diretamente envolvidos no conflito, mas admitiu a possibilidade de intervenção “se for necessário”. Já o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, afirmou possuir provas de que bases militares americanas teriam colaborado com os ataques israelenses. Autoridades iranianas prometeram uma retaliação “devastadora”, e o porta-voz das Forças Armadas, coronel Reza Sayyad, chegou a afirmar que “em breve Israel não será habitável”.
Este é considerado o confronto mais intenso entre os dois países após anos de hostilidades indiretas. Além de líderes militares, Israel também teria eliminado cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano, além do chefe do Estado-Maior do Exército, segundo fontes dos Estados Unidos.
Outro alvo atingido foi o centro de enriquecimento de urânio de Natanz, um dos mais relevantes do Irã. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a principal instalação da usina foi destruída. O governo iraniano acusa Israel de tentar sabotar as negociações nucleares com os EUA, que haviam sido retomadas em abril. A crise gerou um êxodo em massa, com milhares de moradores deixando a cidade de Teerã, segundo autoridades locais.