O confronto entre Israel e Irã atingiu novos patamares de violência neste domingo (15), após ataques que resultaram em dezenas de mortes e destruição de instalações estratégicas nos dois países. Durante a madrugada, caças israelenses bombardearam a capital iraniana, Teerã, com foco em depósitos de combustível e no Ministério da Defesa. Em retaliação, o Irã lançou mísseis balísticos contra áreas urbanas de Israel, dos quais alguns conseguiram escapar do sistema de defesa aérea israelense.
De acordo com autoridades israelenses, ao menos 10 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas nos ataques mais recentes. O presidente de Israel, Isaac Herzog, afirmou que “irmãos e irmãs foram assassinados” em cidades como Bat Yam e Tamra, atingidas pelos mísseis iranianos. Esses números se somam às 3 mortes registradas no primeiro dia da ofensiva israelense e aos 78 mortos no Irã, elevando ainda mais o saldo de vítimas.
A organização Human Rights Activists, com sede nos Estados Unidos, estima que pelo menos 400 pessoas tenham morrido no Irã desde o início do conflito. As autoridades iranianas, por sua vez, ainda não divulgaram um número atualizado de vítimas.
Risco de expansão regional e apoio dos Houthis
O grupo rebelde Houthi, apoiado pelo Irã e com base no Iêmen, afirmou ter lançado mísseis contra Israel, declarando que a ação foi coordenada com Teerã. A participação dos Houthis e os bombardeios israelenses a instalações como o campo de gás South Pars — compartilhado entre Irã e Catar — levantaram preocupações sobre o alastramento do conflito para outras partes do Oriente Médio.
Linha vermelha e alerta internacional
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse que o ataque a instalações nucleares iranianas “cruzou uma nova linha vermelha” e acusou Israel de tentar estender a guerra para além das fronteiras do Irã, especialmente em direção ao Golfo Pérsico. Ele declarou ainda que o Irã interromperia os lançamentos de mísseis caso os ataques israelenses cessassem.
Araghchi também responsabilizou os Estados Unidos pelo agravamento da situação, afirmando que os ataques israelenses não teriam ocorrido sem o aval norte-americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, negou qualquer envolvimento e declarou que responderia com força total caso alvos americanos fossem atingidos. “Se formos atacados, a resposta será com um poder nunca antes visto”, afirmou.
Alerta de evacuação e possível nova ofensiva
Israel emitiu um alerta para que iranianos residentes próximos a instalações militares deixem imediatamente suas casas, reforçando os indícios de uma nova ofensiva iminente. O porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, publicou a mensagem em árabe e persa, orientando a população a não retornar às áreas até novo aviso.
Europa busca conter a escalada
Na tentativa de amenizar a crise, Alemanha, França e Reino Unido se ofereceram para retomar imediatamente as negociações com o Irã sobre seu programa nuclear. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, atualmente em Omã, declarou que a diplomacia ainda é possível e enfatizou que a pacificação do conflito passa por garantias de que o Irã não represente ameaça para a região, Israel ou Europa.
Apesar das iniciativas diplomáticas, a expectativa internacional é de que a próxima semana seja decisiva para conter ou ampliar a escalada do conflito que já é um dos mais violentos entre os dois países nas últimas décadas.