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Municípios
15/06/2025 09:00:00

Professores denunciam redução de repasses do Fundef após votação polêmica em São José da Laje

Professores denunciam redução de repasses do Fundef após votação polêmica em São José da Laje

Educadores da rede municipal de São José da Laje, em Alagoas, denunciaram a aprovação de uma proposta que diminui significativamente os valores a serem repassados à categoria com recursos dos precatórios do antigo Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). A votação aconteceu nesta semana na Câmara Municipal e, segundo os professores, foi realizada de forma sigilosa, sem consulta pública ou transparência.

Mudança drástica na distribuição dos recursos

O projeto original previa que 60% dos valores seriam destinados aos professores, enquanto 40% seriam aplicados na manutenção da educação, conforme as diretrizes do extinto Fundef. Contudo, com a alteração aprovada, o montante reservado à categoria foi reduzido para cerca de R$ 6 milhões — valor que representa apenas a metade do previsto inicialmente.

Votação dividida e denúncias de interferência política

Votaram a favor do texto original os vereadores Hugo Valença (PP), Jeferson Machado Filho de Dão (PP), Dedel Locações (PL) e Bruno Brito (PP). Já os parlamentares Marcos Diniz Boiadeiro (PP), Júnior Urubinha (PP), Ricardo Claudino (MDB), Marcos do Hospital (MDB) e Quitéria Fonsêca (MDB) apoiaram a emenda que resultou na redução dos repasses à categoria. Segundo representantes dos professores, a modificação teria ocorrido sob influência do ex-prefeito Neno da Laje, cuja articulação política ainda repercute na atual gestão do município.

Professores reagem e preparam mobilização

A decisão da Câmara provocou forte indignação entre os profissionais da educação, que consideraram a medida injusta e desrespeitosa. Representantes da classe afirmam que a mobilização está sendo organizada para contestar a decisão e pressionar por justiça na destinação dos recursos. Segundo os docentes, a falta de diálogo com a categoria e a condução “às escondidas” da votação são inaceitáveis diante da importância dos precatórios do Fundef para a valorização do magistério.

O caso gerou amplo debate local e deve continuar sendo alvo de pressão popular e reivindicações por parte da categoria.