Ucrânia e Rússia concluíram mais uma troca de prisioneiros de guerra e de restos mortais de soldados nesta sexta-feira (14), em cumprimento ao acordo firmado no início de junho na cidade de Istambul, na Turquia. Segundo autoridades de ambos os países, esta foi a quarta operação do tipo realizada em apenas uma semana, marcando uma das maiores movimentações desse tipo desde o início da guerra, em 2022.
Kiev recebe mais de 2.400 corpos de soldados em uma semana
O Centro de Coordenação de Prisioneiros de Guerra da Ucrânia informou que recebeu, nesta nova rodada, mais 1.200 corpos de cidadãos ucranianos, incluindo militares mortos em combate. O número soma-se aos 1.212 restos mortais repatriados na última quarta-feira, totalizando mais de 2.400 corpos apenas nesta semana.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, confirmou a informação nas redes sociais e destacou o esforço contínuo de seu governo: “Seguimos libertando nossos compatriotas do cativeiro russo. Esta é a quarta troca em uma semana”, declarou.
Rússia também repatria soldados mortos
Em nota publicada no Telegram, o Ministério da Defesa da Rússia informou que, com base nos entendimentos firmados com Kiev, outro grupo de soldados russos foi repatriado a partir de áreas sob controle ucraniano. Na última quarta-feira, Moscou havia confirmado a recuperação de 27 corpos de militares russos entregues pela Ucrânia, mas não divulgou dados relativos às trocas realizadas na sexta e neste sábado.
Acordo de Istambul prevê troca de feridos, jovens e corpos
O pacto firmado na Turquia estabelece a troca de todos os prisioneiros de guerra considerados jovens ou feridos, além da devolução dos corpos de combatentes mortos. Esse entendimento tem sido até agora o único ponto de cooperação entre Ucrânia e Rússia dentro das negociações de paz mediadas por representantes internacionais.
Tensões e acusações colocaram trocas em risco
Apesar das trocas ocorridas nos últimos dias, no fim de semana passado os dois governos se acusaram mutuamente de interromper as negociações. Ainda assim, a continuidade das repatriações mostra que, mesmo em meio à guerra, há espaço para acordos pontuais de caráter humanitário.
A troca de prisioneiros e a devolução dos corpos continuam sendo algumas das poucas áreas em que Kiev e Moscou mantêm uma comunicação direta desde o início do conflito, reforçando a importância dos canais de diálogo mesmo em cenários de confronto prolongado.