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Acidente
15/06/2025 00:00:00

Macron alerta sobre iminência de risco nuclear e responsabiliza Irã por instabilidade no Oriente Médio

Macron alerta sobre iminência de risco nuclear e responsabiliza Irã por instabilidade no Oriente Médio

O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou nesta sexta-feira (13) que o Irã carrega uma “grande responsabilidade na desestabilização de toda a região” e afirmou que o país se aproxima de um “ponto crítico” que pode permitir o desenvolvimento de armas nucleares. A declaração foi dada em entrevista coletiva no Palácio do Eliseu, logo após ataques israelenses contra instalações militares e nucleares no território iraniano. Macron anunciou ainda o reforço da segurança interna na França e pediu que seus cidadãos evitem viagens ao Oriente Médio.

“Irã representa ameaça nuclear real”, diz Macron

Macron afirmou que a ameaça de o Irã obter armamento atômico compromete não apenas o equilíbrio regional, mas também a segurança da Europa e do mundo. Ele defendeu a retomada imediata das negociações diplomáticas, afirmando que “não podemos aceitar viver em um mundo onde o Irã possua a bomba atômica”. O presidente francês classificou o programa nuclear iraniano como uma questão existencial e enfatizou que a solução deve ser alcançada por meio do diálogo.

Escalada no Oriente Médio pode afetar economia global

Durante a coletiva, Macron também advertiu que os efeitos do conflito não se restringem à esfera geopolítica. Segundo ele, a intensificação dos ataques entre Israel e Irã pode provocar sérias consequências econômicas, com impactos nos mercados globais, especialmente no setor energético e no comércio internacional, embora não tenha detalhado quais medidas seriam tomadas.

França disposta a apoiar Israel, mas descarta ação ofensiva

Macron afirmou que a França está disposta a participar de operações de proteção a Israel, caso o país seja alvo de represálias iranianas, desde que haja condições para isso. No entanto, deixou claro que Paris não aceitará envolvimento em ações ofensivas. “Não é esse o papel da França”, declarou o presidente, que também reafirmou o direito de Israel de se defender.

ONU adia conferência sobre Palestina, mas França mantém compromisso

O chefe de Estado francês anunciou que a conferência da ONU prevista para a próxima semana, em Nova York, para tratar da criação do Estado palestino será adiada por motivos logísticos e de segurança. Mesmo assim, garantiu que o evento será realizado assim que possível e reforçou seu compromisso com a solução de dois Estados. Para Macron, um “Estado palestino desmilitarizado” é condição essencial para a integração regional de Israel.

Israel intensifica ataques e se prepara para ofensiva iraniana

Enquanto isso, as Forças Armadas de Israel continuam com a ofensiva contra alvos iranianos. Segundo o general Eyal Zamir, chefe do Estado-Maior, as operações seguem em ritmo acelerado e têm como foco a destruição de infraestrutura militar. A ação mais recente, que matou altos comandantes militares do Irã, é considerada a maior ofensiva já realizada entre os dois países.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o país se prepara para “múltiplas ondas de ataques” do Irã. Novas explosões foram registradas em diversas cidades iranianas, incluindo nas proximidades de Natanz, onde está localizado o principal centro de enriquecimento de urânio do país, e em Hamedan, a mais de 300 km da capital Teerã.

Diante do temor de uma contraofensiva, Israel alertou a população para que permaneça próxima de abrigos antiaéreos e mobilizou milhares de reservistas.

Crise pode comprometer negociações com EUA

O aumento das tensões ocorre a apenas dois dias de um novo ciclo de negociações indiretas entre Teerã e Washington, marcadas para domingo (15), em Omã, com foco no programa nuclear iraniano. Com o atual cenário, a continuidade dessas conversas é incerta.

França amplia segurança interna e embaixadas

Macron anunciou o reforço da operação Sentinela, com mobilização de tropas em território francês para prevenir possíveis ameaças. Ele também informou que medidas adicionais foram adotadas para garantir a proteção de diplomatas, militares e cidadãos franceses no Oriente Médio. “Peço aos nossos compatriotas que não viajem para a região, sob nenhuma circunstância”, advertiu o presidente.