Conhecido nos bastidores da política alagoana como o “quarteto fantástico”, o grupo formado por Paulo Dantas, Marcelo Victor, Renan Calheiros e Renan Filho ainda segue coeso no plano delineado em 2022: eleger o próximo governador e garantir pelo menos uma das duas cadeiras do Senado em 2026. Mas uma nova tensão surgiu nos bastidores e ameaça a estabilidade dessa aliança estratégica.
O projeto atual prevê que Paulo Dantas siga até o fim de seu mandato como pilar de sustentação do acordo, o qual poderia levar Renan Filho de volta ao governo do Estado em um eventual terceiro mandato e reconduzir Renan Calheiros ao Senado. No entanto, a nomeação de um ministro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode redefinir completamente as relações dentro do grupo e alterar alianças com impacto direto na sucessão estadual.
A escolha presidencial entre os nomes de Marluce Caldas e Sammy Barbosa para a vaga no STJ tornou-se um ponto de inflexão. Caso Lula opte por Marluce, a tendência é que os Renans se aproximem do prefeito de Maceió, JHC, para a disputa ao Senado, uma movimentação vista com resistência por Paulo Dantas e Marcelo Victor, que rejeitam qualquer aliança com o atual prefeito.
Por outro lado, se o escolhido for Sammy Barbosa, Dantas e Marcelo podem se reaproximar do presidente da Câmara, Arthur Lira, outro nome rejeitado pelos Calheiros. A possível divisão de votos entre JHC e Lira, conforme desenhado nos bastidores, pode gerar um cenário de choque inevitável entre os quatro líderes.
“Essa será uma grande confusão. Em algum momento vai dar choque”, afirmou um interlocutor político influente. Apesar da promessa de manter a unidade do grupo, o risco de rompimento interno existe. O temor é que uma parte do quarteto feche com um nome rejeitado pela outra, seja para a segunda vaga do Senado ou para alianças futuras no governo estadual.
Na prática, a indefinição sobre a vaga do STJ virou o gatilho de um reposicionamento político que pode mexer com todo o tabuleiro alagoano. A possível aproximação entre os Renans e JHC, e entre Marcelo e Paulo com Lira, indica que a manutenção do pacto firmado em 2022 está sob forte pressão. “Ninguém sabe no que vai dar”, resume a fonte próxima ao grupo.