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Guerra
14/06/2025 18:00:00

Irã ameaça atacar bases dos EUA, França e Reino Unido se houver apoio a Israel

Irã ameaça atacar bases dos EUA, França e Reino Unido se houver apoio a Israel

O Irã alertou que poderá atacar bases militares e navios dos Estados Unidos, Reino Unido e França localizados no Oriente Médio caso esses países apoiem militarmente Israel em meio à atual escalada de conflito entre Teerã e Tel Aviv. A ameaça foi divulgada por meio da mídia estatal iraniana e repercutida pela agência Reuters neste sábado (14).

Segundo os relatos, o aviso se estende a qualquer forma de ajuda na interceptação de mísseis iranianos, como já ocorreu anteriormente com o envio de caças britânicos para defender Israel. O Reino Unido, por ora, nega envolvimento direto nos ataques e informa que está empenhado em buscar uma solução diplomática. O primeiro-ministro britânico Keir Starmer conversou com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e ambos concordaram sobre a necessidade urgente de reduzir as tensões na região.

Ofensiva entre Irã e Israel deixa mortos e feridos

Entre sexta-feira (13) e sábado (14), o Irã lançou mais de 90 mísseis contra Israel, segundo o Exército israelense. A maioria foi interceptada, mas alguns atingiram edifícios, deixando ao menos dois mortos e dezenas de feridos em território israelense. Em resposta, Israel bombardeou diversas áreas em Teerã, com alvos militares e nucleares, além de prédios civis.

O Irã relatou a morte de 78 pessoas e mais de 320 feridos — muitos deles civis, incluindo crianças. Entre os mortos estariam nomes de destaque no regime iraniano, como o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami; o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri; e até nove cientistas nucleares.

A cidade de Teerã sofreu danos significativos — segundo a imprensa local, a pior ofensiva desde a guerra com o Iraque na década de 1980. Imagens mostram prédios parcialmente destruídos, carros carbonizados e moradores em busca de abrigo.

Israel afirma que mirou instalações nucleares

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques têm como objetivo neutralizar o programa nuclear iraniano, que, segundo ele, representa uma ameaça existencial. O alvo principal foi a instalação de enriquecimento de urânio em Natanz. Já o Irã sustenta que seu programa nuclear tem fins pacíficos, embora a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenha declarado recentemente que Teerã está violando suas obrigações com o tratado de não proliferação, com urânio enriquecido a 60% — próximo do grau militar.

ONU e EUA pedem contenção, mas tensão cresce

O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo público para que ambos os lados cessem as hostilidades. “Bombardeios contra instalações nucleares e ataques com mísseis em áreas civis precisam parar. A diplomacia deve prevalecer”, declarou.

Embora o Irã acuse os EUA de cooperarem com Israel, Washington nega envolvimento direto. O secretário de Estado americano afirmou que Israel informou que os ataques eram uma ação de autodefesa. Com o agravamento do cenário, os Estados Unidos ordenaram a evacuação de parte dos funcionários não essenciais da embaixada em Bagdá.

Enquanto isso, o ex-presidente Donald Trump pediu ao Irã que retome as negociações sobre o acordo nuclear, alegando que ofereceu diversas oportunidades diplomáticas ao regime iraniano.

O conflito, cada vez mais imprevisível, aumenta o temor de uma guerra em larga escala no Oriente Médio e pressiona as potências ocidentais a tomarem posição, seja no campo diplomático, militar ou econômico.