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Especial
14/06/2025 16:00:00

Combate ao trabalho infantil depende da redução da pobreza, afirma agência da ONU

Combate ao trabalho infantil depende da redução da pobreza, afirma agência da ONU

No Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) reforçou o apelo por ações concretas dos países no enfrentamento desse problema, com destaque para a necessidade de redução da pobreza. A agência da ONU defendeu a ratificação universal da Convenção 138, que trata da idade mínima para o trabalho, e a efetiva implementação da Convenção 182, que aborda as piores formas de trabalho infantil.

Segundo um relatório elaborado em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 138 milhões de crianças estiveram envolvidas em alguma forma de trabalho no ano passado. Dessas, 54 milhões desempenhavam atividades perigosas. O relatório ressalta que, apesar dos avanços nas últimas duas décadas, os progressos foram interrompidos por crises recentes, conflitos armados e os efeitos socioeconômicos da pandemia de Covid-19, que agravaram a situação de pobreza em diversas regiões do mundo e empurraram milhões de crianças para o mercado de trabalho.

A OIT alerta que o crescimento econômico, por si só, não tem sido suficiente nem suficientemente inclusivo para aliviar a pressão sobre famílias e comunidades vulneráveis. Para a agência, apenas estratégias que enfrentem a pobreza de forma estrutural serão eficazes no combate ao trabalho infantil.

A África lidera as estatísticas globais, com 22% das crianças em situação de trabalho infantil, o que representa cerca de 87 milhões de menores. A Ásia Central e Meridional aparece em seguida, com 17 milhões de crianças nessa condição. A projeção da OIT é de que, se a tendência atual continuar, a África Subsaariana poderá ultrapassar os 100 milhões de crianças em situação de trabalho infantil até 2030, impulsionada pelo crescimento populacional.

Por outro lado, regiões como Ásia-Pacífico e América Latina apresentam perspectivas mais otimistas. Nessas áreas, a redução nas taxas de fertilidade e as transições demográficas vêm diminuindo a pressão sobre sistemas educacionais e de proteção social, possibilitando a ampliação do acesso a serviços básicos e fortalecendo as condições para erradicar o trabalho infantil nas próximas décadas.

A OIT conclui que o combate efetivo ao trabalho infantil exige não apenas vontade política e adoção de normas internacionais, mas também o enfrentamento direto das causas estruturais, com prioridade à redução da pobreza e à proteção social das famílias mais vulneráveis.