Caso tenha se deparado com ovos de coloração rosa brilhante e textura gelatinosa em seu quintal ou em locais úmidos, fique atento: apesar da aparência inofensiva, essas estruturas representam uma ameaça significativa ao equilíbrio ambiental e à saúde pública. Esses ovos são do caracol-maçã, uma espécie invasora que, ao se reproduzir, pode causar graves danos ao ecossistema e também transmitir doenças perigosas aos seres humanos.
Caracol-maçã representa perigo ambiental e sanitário
Originário da América do Sul, o caracol-maçã já se espalhou para várias regiões do mundo, incluindo países da Europa. Ele se desenvolve com facilidade por não possuir predadores naturais e, por isso, sua proliferação é acelerada. Após a eclosão dos ovos, que ocorre em cerca de 40 dias, surgem moluscos que se alimentam de plantas aquáticas e restos orgânicos, podendo destruir culturas agrícolas importantes, como as de arroz.
Além do impacto ambiental, o molusco é vetor do parasita Angiostrongylus cantonensis, responsável por provocar meningite eosinofílica em humanos. A contaminação pode ocorrer por contato direto com os caracóis ou pela ingestão de vegetais contaminados. Após infectar o organismo, a larva pode migrar para o cérebro, causando sintomas como fortes dores de cabeça, comprometimento das funções motoras e, em casos graves, cegueira ou morte.
Identificação e medidas de prevenção
Os ovos do caracol-maçã são caracterizados por sua coloração rosa intensa e consistência gelatinosa, geralmente depositados em áreas próximas à água ou em plantas de baixa estatura. Seu contato direto deve ser evitado, pois contêm toxinas que irritam a pele. Especialistas orientam a remoção com uso de pinças e luvas, seguido de destruição por esmagamento ou congelamento.
É fundamental higienizar bem os vegetais antes do consumo e evitar o toque direto com os moluscos e seus ovos. Caso você identifique esses ovos em seu jardim, a orientação é acionar o IBAMA pelo e-mail emergenciasambientais.sede@ibama.gov.br ou pela ouvidoria, no número 0800 618080.
A colaboração da população é essencial para conter a disseminação dessa espécie invasora, protegendo não só o meio ambiente, mas também a saúde de todos.