Ataques israelenses ao Irã elevam preços do petróleo e derrubam bolsas europeias e asiáticas

Os mercados financeiros globais reagiram de forma imediata e intensa aos ataques aéreos realizados por Israel contra alvos nucleares no Irã, na madrugada desta sexta-feira (13). A ofensiva, que teria resultado na morte de líderes militares iranianos, incluindo o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, gerou apreensão nos investidores e provocou forte oscilação nos preços do petróleo e nas bolsas de valores.

As tensões em torno do programa nuclear iraniano, agora agravadas por uma escalada militar direta entre Teerã e Tel Aviv, impulsionaram os preços do petróleo no mercado internacional. O barril do petróleo bruto dos Estados Unidos registrou alta de 8,8%, atingindo quase US$ 74. Já o Brent, referência global, avançou 8,28%, cotado a US$ 75,10.

Ao contrário do petróleo, os índices acionários foram fortemente impactados. O Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio, caiu 1,2%, enquanto o Kospi, em Seul, recuou 1,4%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,9% e o índice de Xangai caiu 0,8%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 recuou 0,3%.

O abalo também atingiu os contratos futuros de Wall Street. Os futuros do S&P 500 caíram 1,5%, os do Nasdaq 100 recuaram 1,7%, e os do Dow Jones tiveram queda de 1,4%. Isso contrastou com o desempenho da véspera, quando os índices americanos haviam subido com base em dados de inflação considerados positivos. Na quinta-feira, o S&P 500 avançou 0,4%, o Nasdaq ganhou 0,2% e o Dow Jones subiu 0,2%, impulsionados também pelo forte desempenho da Oracle, que teve alta de 13,3% após divulgar resultados acima do esperado.

Especialistas alertam que a volatilidade nos mercados pode persistir nos próximos dias, principalmente devido à instabilidade no Oriente Médio, região crucial para o fornecimento global de petróleo. Xu Tiachen, da Economist Intelligence, destacou que o ataque de Israel ao Irã está entre os “dez principais riscos globais” monitorados atualmente, embora preveja que as bolsas asiáticas possam se recuperar rapidamente devido à sua exposição limitada ao conflito direto e aos laços com países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

No câmbio, o dólar americano teve leve valorização frente ao iene japonês, sendo negociado a 143,67 ienes. Já o euro recuou 0,5%, cotado a US$ 1,1528.

A nova escalada militar no Oriente Médio adiciona incertezas ao cenário macroeconômico global, que já vinha sendo marcado por expectativas em torno das políticas de juros nos Estados Unidos. A próxima reunião do Federal Reserve está marcada para a semana seguinte, mas os analistas não esperam mudanças imediatas nas taxas. Ainda assim, a perspectiva de cortes até o fim do ano permanece no radar, especialmente se a inflação continuar desacelerando.