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Entretenimento
12/06/2025 06:00:00

Festas juninas devem movimentar R$ 7,4 bilhões em 2025, com destaque para o Nordeste

Festas juninas devem movimentar R$ 7,4 bilhões em 2025, com destaque para o Nordeste

As celebrações juninas deste ano, que incluem os tradicionais festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro, devem movimentar cerca de R$ 7,4 bilhões em todo o país, segundo estimativas feitas a pedido da CNN. O impacto econômico se concentra principalmente nas regiões Norte e Nordeste, com maior força nos setores de turismo, alimentos, vestuário e economia criativa.

Segundo a professora de Economia da PUC-SP, Cristina de Mello, os recursos movimentados geram empregos temporários e promovem a inclusão de trabalhadores informais, principalmente entre pessoas de baixa escolaridade. Ela utilizou projeções do Ministério do Turismo de anos anteriores, corrigidas com base na inflação acumulada (12,18%) e em um crescimento estimado de 10%.

Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomércio-SP, destaca que o maior impacto ocorre nos segmentos de alimentos e vestuário. Para preparar os pratos típicos, consumidores compram em mercados e mercearias, enquanto escolas, igrejas e clubes abastecem-se em atacadistas. Já a demanda por roupas e artigos temáticos, como trajes típicos e decoração, aquece o comércio local e o trabalho de artesãos.

Cristina de Mello observa que festas em cidades do Nordeste atraem um público com maior poder aquisitivo, gerando circulação de dinheiro local e contribuindo para a redução das desigualdades regionais.

Segundo levantamento da Serasa, 65% dos brasileiros participam das festas juninas, com 51% celebrando em suas próprias cidades e 14% viajando para acompanhar festividades em outros locais. Cidades como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) se destacam pelo impacto econômico gerado por serviços, alimentação e hospedagem, segundo avaliação de Luis Alberto Marinho, da consultoria Gouvêa Malls.

Marinho lembra que outras regiões também aproveitam suas festas típicas para impulsionar a economia, como o Festival de Parintins (AM), o Carnaval no Rio de Janeiro e eventos de tradição europeia no Sul do Brasil.

Parte significativa da renda gerada durante os festejos é destinada a comerciantes informais, que utilizam o lucro para despesas básicas e pagamento de dívidas. No entanto, especialistas veem potencial para a criação de pequenos negócios estruturados, que possam integrar cadeias produtivas permanentes.

Para ampliar ainda mais os benefícios econômicos das festas juninas, os especialistas recomendam investimentos públicos, parcerias com empresas privadas e a criação de calendários regionais de eventos que mantenham a economia ativa ao longo do ano.

A tecnologia também pode ter papel fundamental, segundo Renato Avelar, co-CEO da A&EIGHT. O uso de dados sobre o comportamento dos consumidores permite ofertas segmentadas e atendimento personalizado. No ambiente físico, o conhecimento sobre a cultura junina e a ambientação temática são considerados diferenciais.

Avelar aponta ainda o marketing de influência regional como um recurso eficaz. Parcerias com influenciadores locais, chefs de cozinha e artesãos ajudam a agregar autenticidade às campanhas de divulgação, tanto no ambiente digital quanto nas festas presenciais.

Por fim, Cristina de Mello alerta que é preciso equilibrar a valorização das experiências tradicionais com a abertura a inovações, respeitando a identidade cultural das festas juninas, mas acompanhando as mudanças no perfil dos consumidores.