MPAL investiga segurança em recarga de carros elétricos e pede informações ao Corpo de Bombeiros

Diante do aumento da circulação de veículos elétricos em Alagoas, especialmente na capital, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da 66ª Promotoria de Justiça (Urbanismo), instaurou um procedimento preliminar e encaminhará ofício ao Corpo de Bombeiros Militar (CBMAL) solicitando informações técnicas sobre métodos de prevenção e segurança para recarga desses veículos em edifícios residenciais.

A iniciativa ocorre após a divulgação de uma nota técnica emitida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (CREA/SE), que alertou para os riscos de incêndio causados por baterias de íons de lítio — utilizadas nos carros elétricos —, especialmente quando a recarga é feita em garagens, incluindo subsolos. O relatório destaca que esse tipo de incêndio, quando provocado por superaquecimento das baterias, pode atingir temperaturas superiores a 1.000°C, colocando em risco não apenas a estrutura do edifício, mas também de construções vizinhas.

O promotor de Justiça Jorge Dória expressou preocupação com a ausência de legislação federal específica sobre o tema. “A venda de veículos elétricos cresce, e os carregamentos têm sido feitos diretamente em tomadas residenciais, o que é perigoso. Precisamos nos antecipar e adotar medidas de prevenção para evitar tragédias”, afirmou.

Segundo o CREA/SE, estruturas de concreto começam a sofrer comprometimentos estruturais a partir de 600°C, tornando o cenário ainda mais preocupante. Por isso, a recomendação dos engenheiros é que as recargas sejam realizadas exclusivamente em áreas externas, com estações adequadamente projetadas. Entre as medidas sugeridas estão o distanciamento mínimo de três metros entre veículos durante a recarga ou o enclausuramento das áreas de carregamento, para evitar a propagação do fogo em caso de sinistro.

O MPAL aguarda agora a resposta do CBMAL com dados técnicos sobre os riscos e medidas preventivas que podem ser adotadas em Maceió. A intenção é reunir subsídios que possam nortear a atuação do órgão e orientar normas locais de segurança. “Prevenir sempre será o melhor caminho”, finalizou o promotor Jorge Dória.