O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira, 10 de junho, às 9h, o julgamento do chamado "núcleo principal" da organização criminosa acusada de tentar um golpe de Estado em 2022. Nesta segunda etapa de audiências, será ouvido o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha no governo de Jair Bolsonaro (PL), apontado como um dos militares que teriam colocado a corporação à disposição para cumprir um decreto golpista.
Na véspera, segunda-feira (9), o tribunal ouviu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso. Também prestou depoimento o deputado federal Alexandre Ramagem. Ao longo da semana, até sexta-feira (13), os outros seis acusados devem ser interrogados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Garnier teria oferecido tropas para o golpe
Segundo a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), Almir Garnier teria aderido à trama golpista em duas ocasiões no mês de dezembro de 2022. Na primeira, teria colocado tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro para executar o plano. Em uma segunda reunião no mesmo mês, teria reafirmado seu apoio à tentativa de golpe. Essas informações foram confirmadas à PF por Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica.
Julgamento entra em fase decisiva
A atual fase do julgamento marca a reta final da instrução processual. Durante os interrogatórios, os réus têm a oportunidade de responder às acusações, apresentar suas versões e fornecer possíveis provas. As sessões são presididas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que inicia os questionamentos, seguido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelos advogados de defesa.