A Marinha de Israel interceptou na noite de domingo (8) o barco Madleen, que transportava ativistas com destino à Faixa de Gaza em uma ação de ajuda humanitária. Segundo informações da imprensa árabe, o grupo foi levado ao porto de Ashdod e deve ser encaminhado para a prisão de Givon, localizada em Ramla.
Entre os 12 ativistas presos estão a sueca Greta Thunberg, conhecida internacionalmente por sua atuação ambiental, e o brasileiro Thiago Ávila. A embarcação fazia parte da Flotilha da Liberdade, que havia partido do porto de Catânia, na Itália, com o objetivo de “romper o cerco de Israel” à região palestina, conforme os organizadores.
Durante a abordagem, o barco foi cercado por lanchas e sobrevoado por drones que lançaram uma substância branca sobre os tripulantes. Os ativistas tiveram as comunicações bloqueadas antes de serem rendidos pelas forças israelenses. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o grupo rendido, com os braços erguidos.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, confirmou a interceptação e disse que ordenou que os detidos assistissem a vídeos do ataque de 7 de outubro, atribuído ao Hamas. Katz afirmou ainda: “À antissemita Greta e seus companheiros propagandistas do Hamas, direi isto claramente: vocês devem voltar, porque não chegarão a Gaza”.
Em nota oficial, o Itamaraty informou que acompanha o caso com atenção e exigiu a libertação dos ativistas, destacando o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais. O Ministério das Relações Exteriores também cobrou que Israel retire imediatamente as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza, conforme estabelece o direito internacional a uma potência ocupante.
O governo brasileiro confirmou que Thiago Ávila está em boa condição de saúde, de acordo com a comunicação oficial recebida da Embaixada do Brasil em Israel. Há informações não confirmadas de que os ativistas que aceitarem deixar o território israelense terão passagens aéreas emitidas imediatamente.
A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) repudiou a ação israelense e declarou que a repressão à flotilha faz parte de uma política para “tornar Gaza inabitável” e causar a “morte massiva do povo palestino”. Já a Coalizão da Flotilha da Liberdade afirmou que advogados estão tentando contato com as autoridades israelenses, mas não obtiveram resposta até o momento.
A missão do barco Madleen tinha como meta levar suprimentos à população de Gaza e chamar atenção da comunidade internacional para a crise humanitária no enclave palestino, que enfrenta restrições severas de acesso a alimentos, remédios e ajuda básica desde o agravamento do conflito na região.