Alagoas figura entre os 12 estados brasileiros onde o número de beneficiários do programa Bolsa Família supera o total de trabalhadores com carteira assinada. Segundo dados divulgados pelo Caged no final de maio, o estado tem 533.449 famílias cadastradas no programa social, enquanto o número de trabalhadores formais é de 454.659. Os dados consideram apenas o setor privado, sem incluir o funcionalismo público.
Esse cenário se repete exclusivamente nas regiões Norte e Nordeste do país. De acordo com levantamento publicado pelo portal Uol, a diferença reflete uma realidade histórica de vulnerabilidade social nessas áreas, embora haja sinais de reversão no quadro.
Desde janeiro de 2023, observa-se uma tendência de crescimento no número de empregos formais em ritmo mais acelerado do que o de beneficiários do Bolsa Família. Antes da pandemia de covid-19, oito estados estavam nessa condição de maior dependência do programa social. Com a ampliação emergencial dos benefícios em 2022, esse número subiu para 13. Agora, recuou para 12.
O Maranhão lidera o ranking da dependência, com cerca de 1,2 milhão de famílias recebendo o Bolsa Família, frente a 669 mil trabalhadores formais. Na outra ponta, Santa Catarina apresenta o cenário oposto: para cada beneficiário do programa, há 11 pessoas com carteira assinada.
Em nível nacional, a proporção entre beneficiários do Bolsa Família e trabalhadores com carteira assinada era de 49,6% em janeiro de 2023. Em agosto de 2024, esse número caiu para 42,6%, reflexo da retomada do mercado de trabalho e de uma leve redução no número de famílias atendidas pelo programa assistencial.