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Guerra
09/06/2025 00:00:00

Rússia bombardeia Kharkiv em meio a impasse por troca de corpos entre soldados mortos

Rússia bombardeia Kharkiv em meio a impasse por troca de corpos entre soldados mortos

A cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia, foi alvo de um dos ataques mais intensos desde o início da guerra, segundo o prefeito Ihor Terekhov. A ofensiva russa, que ocorreu neste sábado (7), incluiu o uso de mísseis, bombas planadoras e drones contra áreas residenciais no centro da cidade, deixando pelo menos cinco mortos e 61 feridos, entre eles um bebê e uma adolescente de 14 anos.

De acordo com as autoridades locais, um homem de 62 anos e uma mulher de 30 morreram durante a tarde após explosivos atingirem prédios, casas e vagões ferroviários. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, condenou o ataque, classificando-o como um ato de "terrorismo" sem qualquer justificativa militar. Ele afirmou que mais de 40 pessoas ficaram feridas nessa ação específica.

Ao longo do dia, os bombardeios russos mataram pelo menos dez civis em diferentes regiões da Ucrânia. Dados da Força Aérea ucraniana indicam que a Rússia lançou 206 drones e nove mísseis entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado.

Negociações travadas sobre troca de prisioneiros e corpos

Os ataques intensificaram-se em meio a um impasse diplomático entre os dois países sobre a troca de prisioneiros de guerra e a devolução dos corpos de soldados mortos. O acordo, firmado na segunda-feira anterior em Istambul, previa a libertação de todos os prisioneiros feridos e com menos de 25 anos, além da entrega dos restos mortais de seis mil militares ucranianos.

No entanto, a troca não foi concluída. Segundo o negociador russo Vladimir Medinsky, a Rússia aguardava com caminhões refrigerados transportando 1.212 corpos para a entrega, mas representantes ucranianos não compareceram. Ele ainda afirmou que a Ucrânia recebeu uma lista com 640 nomes para a primeira etapa da troca de prisioneiros.

Por outro lado, Kiev afirmou que não havia concordado com o horário estipulado por Moscou, acusando a Rússia de impor termos de forma unilateral. Em resposta, os ucranianos acusaram o Kremlin de agir com "jogos sujos" e disseram que continuam abertos a negociações construtivas, com a expectativa de que a implementação do acordo possa ocorrer nos próximos dias.

Críticas à postura russa sobre listas de detentos

A Ucrânia também reclamou de inconsistências nas listas de prisioneiros fornecidas pela Rússia, afirmando que os nomes apresentados não estavam de acordo com o combinado. Essa troca está prevista para ocorrer entre sábado e domingo e pode se tornar a maior desde o início do conflito, superando a anterior, quando cerca de mil soldados foram libertados de cada lado.

Mesmo com os avanços em algumas negociações, não há sinal de progresso rumo a um cessar-fogo. O presidente russo, Vladimir Putin, mantém exigências consideradas inaceitáveis por Kiev, como a retirada completa das forças ucranianas de quatro regiões ocupadas pela Rússia e o fim da ajuda militar ocidental. Zelenski voltou a rejeitar os termos e pediu mais sanções internacionais contra Moscou.