Brasil vive trajetória insustentável de dívida e precisa de reformas urgentes, alerta economista

A economista Solange Srour, diretora de macroeconomia do UBS no Brasil, afirmou que o país se encontra em uma trajetória insustentável de endividamento público e que reformas estruturais são indispensáveis para evitar uma crise fiscal ainda mais grave. Em entrevista ao programa CNN Money, Srour ressaltou que a situação atual exige mudanças profundas já no próximo mandato presidencial.

Segundo ela, tanto o mercado quanto a sociedade têm ciência de que, sem reformas, o país poderá enfrentar um colapso administrativo ou uma deterioração ainda maior da dívida pública até 2027. A especialista destacou que o próprio governo já reconhece o cenário de insustentabilidade.

Srour comparou o momento atual à recessão vivida entre 2014 e 2016 e alertou que a postergação de decisões importantes poderá provocar uma desaceleração intensa da atividade econômica, independentemente de quem vença as eleições de 2026. Para ela, o debate eleitoral deveria incluir temas cruciais como uma nova regra para o salário mínimo, a desvinculação do piso constitucional da saúde e da educação das receitas públicas e reformas nas áreas previdenciária e administrativa.

A economista explicou que o recente aumento de investimentos estrangeiros no Brasil não está relacionado à expectativa por reformas, mas sim à busca de diversificação por parte de investidores internacionais que estavam excessivamente expostos aos ativos norte-americanos.

Ela concluiu afirmando que, caso o Brasil avance com as reformas estruturais, há potencial para atração de um novo ciclo de investimentos externos, mas ponderou que esse movimento dependerá das sinalizações políticas mais próximas do período eleitoral de 2026.