A Câmara dos Deputados autorizou, na noite de quinta-feira (5), a concessão de uma licença de 127 dias à deputada Carla Zambelli (PL-SP), atualmente foragida no exterior. Durante o período de afastamento, a vaga será ocupada pelo suplente Coronel Tadeu, também do PL.
A parlamentar deixou o Brasil por via terrestre, passou pela Argentina, seguiu para os Estados Unidos e, posteriormente, chegou à Itália. Após sua fuga, Zambelli foi incluída na lista de procurados da Interpol, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Licença contempla saúde e interesses particulares
Segundo a Câmara, a licença é dividida entre sete dias para tratamento de saúde e 120 dias por interesse particular, totalizando 127 dias. O pedido foi feito no dia 29 de maio, antes da ordem de prisão preventiva expedida por Moraes, e já teve publicação oficial em edição extra do Diário da Câmara. O afastamento tem validade até 2 de outubro deste ano e será sem remuneração.
Zambelli, que tem salário parlamentar superior a R$ 46 mil mensais, teve a suspensão de pagamento solicitada por Moraes à Câmara, diante da fuga do país. A deputada foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato após envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação conduzida com o hacker Walter Delgatti Neto. Ela também é acusada de falsidade ideológica, por inserir documentos falsos no sistema, incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro do STF.
PGR pede prisão e investigação de apoio à fuga
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a prisão preventiva da deputada e sua inclusão na lista de foragidos da Interpol. Um novo inquérito foi instaurado para apurar tentativa de obstrução à investigação do caso do CNJ. O STF autorizou a quebra do sigilo bancário da parlamentar e o rastreamento de redes sociais ligadas a ela, com objetivo de investigar possíveis apoios financeiros e logísticos à fuga.