Embora seja comum entre a população, a dor de cabeça pode, em alguns casos, ser um sinal de alerta para tumores no cérebro. Sintomas como cefaleia intensa, perda de equilíbrio e audição, náuseas e vômitos podem indicar a presença dessas lesões. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 11 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com câncer no sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espinhal.
Os tumores cerebrais são divididos entre primários, originados no próprio cérebro, e secundários, que surgem como metástases de outros cânceres. Segundo a neurocirurgiã Laryssa Azevedo, do Hospital Jayme da Fonte, esses tumores resultam da multiplicação anormal de células causada por uma mutação genética. “Em algum momento, essas células passam a crescer de forma descontrolada, dando origem à neoplasia”, explicou.
Esses tumores podem ser benignos, como o meningioma, que cresce lentamente, ou malignos, como os gliomas de alto grau, que evoluem rapidamente. À medida que o tumor aumenta, ele pode pressionar regiões do cérebro, gerando sintomas como dor de cabeça forte, convulsões, fraqueza nos membros, vômito, sonolência, alteração do nível de consciência e sinais de hipertensão intracraniana.
Apesar da frequência elevada das cefaleias — que afetam mensalmente cerca de 70% das mulheres e 50% dos homens, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia —, a médica destaca que 90% desses episódios são primários, ou seja, não relacionados a doenças cerebrais. No entanto, sinais como início súbito, dores que despertam durante o sono, febre persistente e alterações neurológicas devem ser investigados com atenção. “Esses são sinais de alarme que indicam a necessidade de exames”, alertou.
A confirmação de um tumor cerebral ocorre por meio de exames de imagem, como tomografia e, principalmente, ressonância magnética, que permite maior precisão na análise da lesão. O tratamento é definido de acordo com o tipo e localização do tumor. Em muitos casos, a cirurgia é indicada para remoção da massa tumoral. Quando a localização impede a cirurgia, realiza-se biópsia para avaliação e possível indicação de radioterapia ou quimioterapia.
No contexto de melhorias estruturais, o Hospital Jayme da Fonte inaugurou recentemente um novo centro cirúrgico, ampliando a capacidade para cirurgias neurológicas complexas. A unidade agora conta com tecnologia avançada para videocirurgias, equipamentos modernos de anestesia com monitoramento preciso e mesas específicas para pacientes com obesidade mórbida, promovendo mais conforto e segurança nos procedimentos.