Por que a gasolina não está mais barata nos postos após redução da Petrobras?

Apesar do anúncio da Petrobras sobre a redução de 5,6% no preço do litro da gasolina para as distribuidoras — cerca de R$ 0,17 por litro — o valor ainda não foi refletido nas bombas dos postos e pode nem chegar ao consumidor final. A medida, que passou a valer nesta quarta-feira (4), se aplica apenas à gasolina tipo A, a versão pura do combustível, o que ajuda a explicar a ausência de impacto imediato no preço pago pelos motoristas.

Na prática, a gasolina comercializada nos postos é a tipo C, que contém 27% de etanol anidro misturado à gasolina A. Isso dilui a redução aplicada pela Petrobras, tornando o desconto final menos significativo.

Além disso, há outros fatores que influenciam no preço final. Um deles é a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que varia entre os estados e pode neutralizar parte da redução do custo nas refinarias. A logística de distribuição, a margem de lucro de postos e distribuidoras, e os estoques antigos com preços anteriores também influenciam diretamente no valor das bombas.

Outro ponto relevante é o fim da Política de Paridade de Importação (PPI), que antes atrelava os preços internos ao valor do petróleo no mercado internacional. Agora, com mais liberdade na definição de preços, a expectativa é que reduções anunciadas pela estatal tenham algum reflexo interno, mesmo que parcial.

A estimativa mais otimista é que até meados de junho uma queda de cerca de 2,5% no preço final possa ser percebida em parte dos postos, mas não há garantias de que isso acontecerá de forma uniforme em todo o país.