O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida foi tomada após a parlamentar anunciar, na terça-feira (3), que havia deixado o Brasil e que solicitaria licença do mandato.
A decisão foi baseada em declarações da própria Zambelli, que afirmou estar nos Estados Unidos e com planos de seguir para a Itália. Em entrevista à CNN, ela declarou que se considera “intocável” em território italiano por possuir dupla cidadania e, por isso, não teme uma eventual prisão.
A PGR entendeu que a viagem foi uma tentativa deliberada de se esquivar da jurisdição brasileira. O processo foi protocolado fisicamente na Corte e tramita sob sigilo.
Zambelli foi condenada pelo STF em maio a 10 anos de prisão em regime inicialmente fechado por invadir ilegalmente o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A sentença incluiu ainda a perda do mandato — que deverá ser formalizada pela Câmara dos Deputados após o trânsito em julgado —, além da inelegibilidade e o pagamento de uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Antes de deixar o país, a parlamentar realizou uma vaquinha virtual que arrecadou ao menos R$ 285 mil. Auxiliares do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e do ministro Alexandre de Moraes avaliaram que as atitudes e falas públicas da deputada reforçaram a justificativa para o pedido de prisão preventiva, por evidenciar sua intenção de fugir das consequências legais da condenação.