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América Latina
04/06/2025 16:00:00

Apoiadores de Evo Morales mantêm bloqueios na Bolívia e protestam contra crise econômica

Apoiadores de Evo Morales mantêm bloqueios na Bolívia e protestam contra crise econômica

Apoiadores do ex-presidente Evo Morales seguiram nesta terça-feira (3) com bloqueios em diversas estradas da Bolívia, exigindo a renúncia do presidente Luis Arce e a aprovação da candidatura de Evo às eleições presidenciais previstas para agosto. Os protestos, que registraram confrontos em várias regiões, também cobram soluções para os problemas econômicos do país.

Atualmente, há pelo menos 13 pontos de bloqueio em diferentes rodovias bolivianas, com destaque para Cochabamba, tradicional reduto político de Evo. Segundo a Polícia de Cochabamba, todos os bloqueios locais foram desmontados com apoio de maquinário pesado, que retirou pedras e montes de terra. As operações continuam na direção oeste do país, onde ainda há cinco interdições entre os departamentos de Cochabamba e La Paz.

Outros seis estados também enfrentam paralisações: Santa Cruz, Chuquisaca, Tarija, Oruro, Potosí e La Paz. Na cidade de Bombeo, foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais, com ao menos cinco agentes feridos após uma suposta emboscada.

O governo afirma que os bloqueios estão agravando o desabastecimento de combustíveis, que já dura dois meses. O ministro do Desenvolvimento Rural e Terras, Yamil Flores, responsabilizou congressistas opositores e a ala "evista" do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) pela situação. Segundo a estatal YPFB, há 115 navios parados no porto de Arica, no Chile, com mais de 1,5 milhão de litros de diesel e gasolina aguardando a liberação das estradas.

Os manifestantes também exigem a candidatura de Evo Morales pelo partido Ação Nacional Boliviana (Pan-bol), mas o Tribunal Supremo Eleitoral rejeitou a inscrição, pois a legenda não atingiu o mínimo de votos nas eleições de 2020 e Evo está impedido constitucionalmente de se reeleger para mais de dois mandatos consecutivos — ele governou a Bolívia por três.

Paralelamente, problemas econômicos têm motivado novas manifestações. Trabalhadores do setor de transporte protestaram contra o desabastecimento e o aumento dos preços. Embora a greve convocada tenha ocorrido apenas em Sucre, capital constitucional do país, há mobilizações previstas em outras regiões, como uma passeata agendada por sindicatos para esta quarta-feira (4).

Diante da crise, o governo Arce anunciou, no fim de maio, um pacote com 11 medidas econômicas. Entre as ações, está o compromisso de atender totalmente à demanda interna por combustíveis, o aumento do limite de entrada de moeda estrangeira por pessoa física de US$ 10 mil para US$ 50 mil, e incentivo à manutenção de economias de até 100 mil bolivianos nos bancos, com juros anuais de 2%.

Também foi reforçado o patrulhamento militar nas fronteiras para conter o contrabando de alimentos como carne, óleo, trigo e açúcar, com o objetivo de aliviar a pressão sobre os preços e o abastecimento no mercado interno.