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Economia
04/06/2025 09:00:00

Dólar recua e Bolsa sobe após declarações de Lula sobre IOF

Dólar recua e Bolsa sobe após declarações de Lula sobre IOF

O dólar inverteu a tendência de alta e passou a cair nesta terça-feira (3) após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), aliviando a tensão entre investidores e favorecendo o desempenho do mercado brasileiro. Às 12h39, a moeda americana registrava queda de 0,38%, sendo negociada a R$ 5,651. No mesmo momento, o Ibovespa subia 0,28%, aos 137.176 pontos.

O movimento ocorreu após Lula afirmar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está aberto a rediscutir o decreto que aumentou as alíquotas do IOF. O presidente disse que não houve tempo para debater a medida anteriormente, mas garantiu que uma nova proposta será apresentada em reunião no Palácio da Alvorada ainda nesta terça-feira.

“A apresentação do IOF foi o que pensaram naquele instante. Haddad elaborou a proposta no afã de dar uma resposta. Em nenhum momento houve problema em rediscutir o assunto”, declarou Lula.

As declarações foram bem recebidas pelo mercado, que vinha pressionado desde o anúncio do aumento do IOF em 22 de maio. A sinalização de revisão trouxe alívio imediato aos ativos brasileiros, que vinham sendo penalizados pelo temor de maior carga tributária.

Analistas destacam que o discurso presidencial, embora sem grandes novidades, serviu para acalmar os ânimos. Ian Lopes, da Valor Investimentos, afirmou que a entrevista “traz tranquilidade à população” ao indicar que o governo está analisando com cautela cada medida do pacote fiscal. Já Matheus Spiess, da Empiricus Research, observou que a sinalização de alternativas ao IOF ajudou a reduzir o ruído político.

Outro ponto considerado positivo pelo mercado foi a fala de Lula sobre a possível desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo. A medida, se implementada, pode aliviar as contas públicas, já que aposentadorias e pensões atreladas ao mínimo aumentam automaticamente com cada reajuste.

Ainda nesta terça, Haddad declarou que pretende apresentar ao Congresso um pacote de medidas com impacto fiscal duradouro. Segundo ele, a proposta discutida com Lula tende a dar estabilidade às contas públicas no médio prazo.

No cenário externo, o dólar era pressionado por tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente norte-americano Donald Trump anunciou intenção de elevar tarifas sobre o aço importado para 50% e acusou Pequim de violar um recente acordo comercial. O Ministério do Comércio da China rebateu as acusações, afirmando que tomará medidas firmes para proteger seus interesses.

A crescente incerteza global, somada a uma possível desaceleração da economia dos EUA, tem levado investidores a buscar alternativas nos mercados emergentes. Segundo Larissa Quaresma, da Empiricus, esse movimento favorece países como o Brasil, que oferece “valuations atrativos” e um ambiente interno considerado mais estável no momento.

Com isso, a tendência de desvalorização do dólar e recuperação da Bolsa se fortaleceu ao longo do dia, impulsionada por sinais de maior racionalidade fiscal e melhora na percepção do risco local.