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Acidente
04/06/2025 00:00:00

China restringe drones à Ucrânia e amplia fornecimento à Rússia, segundo Zelensky

China restringe drones à Ucrânia e amplia fornecimento à Rússia, segundo Zelensky

A China estaria dificultando o acesso da Ucrânia e de países europeus a drones, enquanto mantém e até intensifica o fornecimento desses equipamentos para a Rússia, conforme afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em entrevista a jornalistas, repercutida pela Bloomberg. Segundo ele, drones do modelo Mavic, de origem chinesa e originalmente voltados à fotografia aérea civil, têm sido utilizados militarmente pelos russos, enquanto o mesmo produto está inacessível aos ucranianos. Zelensky destacou ainda que técnicos chineses atuariam inclusive em fábricas localizadas em território russo.

Esses drones vêm sendo adaptados no conflito para missões que incluem vigilância e lançamentos de explosivos, tornando-se uma peça central nos combates desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. A denúncia de Zelensky encontra respaldo em autoridades europeias, que também percebem uma queda na exportação de componentes importantes, como ímãs usados em motores de drones, aos países do Ocidente — ao mesmo tempo em que a entrega desses insumos à Rússia teria aumentado.

“Se alguém ainda pergunta se a China está ajudando a Rússia, como devemos interpretar esse comportamento?”, provocou Zelensky. Ele explicou que, diante da superioridade russa em artilharia, a Ucrânia tem apostado fortemente nos drones como estratégia para equilibrar o campo de batalha em um conflito marcado pelo desgaste contínuo.

Desde março, o governo de Kiev executa o projeto Linha de Drones, que visa estabelecer uma “zona de morte” de até 15 quilômetros ao longo da frente de combate, dificultando o avanço de tropas russas e apoiando as forças ucranianas no solo. Embora Zelensky tenha garantido que a produção nacional de drones está funcionando bem, ele apontou o financiamento como o principal obstáculo. O presidente apelou por apoio internacional para viabilizar a produção diária de 300 a 500 unidades.

Em resposta às acusações, o Ministério das Relações Exteriores da China negou qualquer envolvimento militar no conflito. “A posição da China em relação à Ucrânia sempre foi clara: buscamos o fim da guerra e a promoção do diálogo”, afirmou o órgão em nota. “A China nunca forneceu armamentos letais a nenhum dos lados e regula com rigor materiais de uso dual. Rejeitamos veementemente acusações infundadas e manipulações políticas”, concluiu.