Os dados foram obtidos pela deputada junto à Secretaria da Administração e da Previdência (Seap) e mostram que esses afastamentos representam cerca de 13% dos 68.837 professores que atuam na rede estadual. A situação é ainda mais crítica entre os profissionais concursados (QPM), entre os quais os afastamentos somam 23,5% do total de 37.773 docentes efetivos.
Durante seu discurso, Ana Júlia atribuiu os afastamentos a um cenário crescente de assédio moral e metas abusivas impostas pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), além da sobrecarga de trabalho intensificada pelo uso de plataformas digitais e pela limitação da autonomia pedagógica.
Ela citou o caso de um professor hospitalizado que teria sido forçado a participar de uma formação da Seed, mesmo internado, fato relatado pelo Brasil de Fato Paraná. Em 22 de maio, a deputada disse ter enviado um ofício à secretaria solicitando esclarecimentos sobre a política de faltas e propondo a revisão de diretrizes, mas, até o momento, não recebeu resposta. Para ela, o silêncio do órgão comprova a existência de uma “política de assédio moral institucionalizada”.
Ana Júlia ainda prestou solidariedade à família da professora Silvaneide Andrade, que faleceu na sexta-feira (30) dentro do Colégio Estadual Cívico-Militar Jayme Canet. “Estamos assistindo à retirada silenciosa do direito à educação. São os estudantes e o próprio Estado do Paraná que mais perdem com esse cenário”, lamentou.