A União Europeia (UE) manifestou forte repúdio ao ataque cibernético contra a rede do Ministério das Relações Exteriores da Tchéquia, atribuído ao grupo APT31, ligado ao governo chinês. Segundo as autoridades tchecas, a ofensiva digital, iniciada em 2022, comprometeu uma rede não confidencial, mas foi classificada como uma grave violação da infraestrutura crítica do país.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que o bloco está preparado para impor consequências à China. “A UE não tolerará ações cibernéticas hostis e permanece solidária com a Tchéquia. Este ataque é uma violação inaceitável das normas internacionais”, declarou. Kallas destacou ainda que o bloco já expressava preocupações com ataques cibernéticos chineses desde 2021.
O governo tcheco, em nota oficial, reforçou que o comportamento atribuído à China compromete a sua credibilidade internacional e contradiz seus pronunciamentos públicos. A declaração foi endossada por Kallas, em nome dos 27 países da UE, que sinalizou a possibilidade de sanções, ainda não especificadas, como resposta à ofensiva.
O episódio ocorre em um contexto delicado das relações entre Bruxelas e Beijing, num momento em que especulava-se uma reaproximação diplomática, impulsionada por mudanças de postura dos EUA sob Donald Trump. Apesar de discursos recentes mais moderados, persistem tensões entre as partes, alimentadas por fatores como a aliança entre Xi Jinping e Vladimir Putin e a venda agressiva de produtos industriais chineses no mercado europeu.
A Otan, da qual a Tchéquia é integrante, também reagiu ao caso. O secretário-geral da aliança, Mark Rutte, alertou que o incidente evidencia a constante disputa no ciberespaço. “A atividade cibernética maliciosa contra a Tchéquia ressalta que o ciberespaço está permanentemente em disputa”, declarou.
Com a crescente frequência de ataques digitais atribuídos a governos estrangeiros, a UE avalia novas medidas de proteção e respostas conjuntas a ações que ameacem a segurança digital dos Estados-membros.