O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, concedeu sua primeira entrevista a uma emissora de televisão brasileira desde que passou à condição de foragido da Justiça. A conversa exclusiva com a equipe do Domingo Espetacular, da RECORD, será exibida neste domingo (1º), e marca um raro momento em que Morales fala publicamente sobre as acusações que enfrenta e sua atual situação de clandestinidade.
Após quase um ano de tratativas, os repórteres Fábio Menegatti e Lumi Zunica percorreram mais de 500 km a partir da capital La Paz, enfrentando estradas perigosas e sem segurança até alcançarem um povoado isolado onde Morales está escondido, protegido por um grupo de apoiadores formados majoritariamente por indígenas e camponeses armados com lanças e escudos improvisados.
Na entrevista, Morales aparece bem-humorado, porém crítico ao governo atual da Bolívia, presidido por Luiz Arce, seu ex-aliado político e hoje declarado adversário. Ele acusa Arce de perseguição e afirma que o presidente teria até articulado um plano para assassiná-lo.
Ainda durante a conversa, o ex-presidente menciona o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relembrando os laços políticos que ambos mantinham no passado. "Espero que o presidente, que já me ajudou a salvar a Bolívia, ajude novamente a salvar a Bolívia economicamente", declarou.
Morales também aborda diretamente as graves acusações que enfrenta na Justiça boliviana, incluindo estupro de uma adolescente de 16 anos e tráfico de pessoas, alegando que está lutando para revogar o pedido de prisão e seguir atuando politicamente no país.