O grupo islamita Hamas expressou gratidão à Câmara Municipal de Barcelona pela decisão de romper relações institucionais com o governo de Israel e encerrar o acordo de amizade com a cidade de Telavive-Jaffa. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (31), o grupo afirmou que a medida representa um gesto de solidariedade com a população palestina de Gaza, que, segundo o Hamas, enfrenta uma "guerra brutal de extermínio".
"Apreciamos a decisão da Câmara Municipal de Barcelona de romper as relações com o governo de ocupação sionista, suspendendo o acordo de amizade com o município da cidade ocupada de Telavive", declarou o Hamas. A organização também aproveitou a ocasião para conclamar outros governos e administrações locais a adotarem medidas semelhantes, intensificando o boicote e o isolamento internacional de Israel em resposta aos "massacres e ao crime de fome" em Gaza, onde mais de 54 mil pessoas teriam morrido, incluindo milhares de crianças, segundo estimativas do grupo.
A decisão de Barcelona foi oficializada por meio de uma declaração institucional apresentada por partidos socialistas e comuns, que recebeu votos contrários do Partido Popular (PP) e do Vox, além da abstenção do JuntsxBarcelona. O documento condena os ataques israelenses contra civis palestinos e a prática de deslocamentos forçados, exigindo um cessar-fogo imediato e o desbloqueio da ajuda humanitária.
A Câmara também recomendou à Fira de Barcelona que não permita a presença de pavilhões ligados ao governo de Israel, a empresas de armamentos ou a companhias que se beneficiem da ocupação e colonização palestina. Além disso, a cidade encerrará relações com empresas que operam em assentamentos ilegais identificados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Outras medidas previstas incluem o bloqueio a navios envolvidos no tráfico de armas com Israel no porto da cidade, o apoio a um projeto de lei que institui um embargo de armas ao governo israelense e a cobrança por parte dos governos da Catalunha e da Espanha para que pressionem Israel por um cessar-fogo duradouro.
Barcelona também reafirmou o compromisso de manter a cooperação com a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) e de contribuir com a reconstrução da Faixa de Gaza. Para o prefeito da cidade, Jaume Collboni, os ataques de Israel têm alcançado níveis "inaceitáveis de destruição e crueldade", tornando inviável qualquer relação institucional entre Barcelona e o Estado israelense. “Gaza pertence aos palestinianos”, afirmou o autarca.