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Geral
30/05/2025 03:00:00

Padre de Maceió nega desvio de R$ 3 milhões e afirma legalidade em convênios

Padre de Maceió nega desvio de R$ 3 milhões e afirma legalidade em convênios

O cônego Walfran Fonseca dos Santos, citado em uma ação civil movida pela Arquidiocese de Maceió por suposta omissão na prestação de contas de R$ 3,1 milhões, negou nesta terça-feira (27) qualquer tipo de irregularidade. Segundo ele, todos os convênios sob sua responsabilidade foram devidamente declarados e registrados conforme exigido pelos sistemas oficiais.

A ação, protocolada em 22 de abril, questiona o destino de recursos públicos repassados entre 2018 e 2024 que, conforme alegado pela Arquidiocese, deveriam ter sido aplicados em ao menos dez projetos sociais voltados à capacitação profissional e à reinserção de dependentes químicos e pessoas em situação de vulnerabilidade.

Como forma de defesa, Walfran apresentou um extrato do sistema federal Transferegov, indicando que a Rede Cristã de Acolhimento e Recuperação do Dependente Químico do Estado de Alagoas, ligada à Recriar – entidade responsável pela gestão dos recursos –, não possui registros de inadimplência. O padre afirmou que os repasses foram devidamente submetidos ao Sistema Federal de Operação dos Convênios (SINCOV), conforme exigido para a gestão de verbas públicas. “Todos os convênios que estiveram sob meu crivo foram submetidos ao sistema federal, como manda a legislação”, declarou.

Além do padre, a ação judicial também inclui como réu Ronnie Rayner Teixeira Mota, ex-presidente do conselho fiscal da Recriar. A Arquidiocese explicou que a ação é de natureza exclusivamente cível, com objetivo de esclarecer a destinação dos recursos e promover uma auditoria detalhada, não havendo até o momento acusações de cunho criminal.

Com quase 30 anos de atuação na Arquidiocese de Maceió, Walfran classificou as acusações como surpreendentes. No entanto, ele também é investigado em outros casos:

Um deles envolve a administração da Associação Beneficente Paróquia de Santo Antônio, onde há suspeitas sobre movimentações financeiras que somariam cerca de R$ 14 milhões. Outro inquérito, conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF), apura um possível crime ambiental relacionado à extração irregular de areia em um terreno pertencente à Igreja no litoral de Marechal Deodoro — atividade que já foi paralisada por ordem judicial.

Desde a chegada de Dom Carlos Alberto Breis Pereira (Dom Beto) à Arquidiocese, uma série de mudanças administrativas foi implementada, incluindo o afastamento da diretoria da Recriar e da Fundação Leobino e Adelaide Motta, além de remanejamentos no quadro de padres.