Justiça bloqueia herança de Pedro Collor para quitar dívida trabalhista da TV Gazeta

A Justiça do Trabalho de Alagoas determinou o bloqueio de R$ 84 mil do espólio do empresário Pedro Collor de Mello, falecido em 1994, para o pagamento de uma dívida da TV Gazeta de Alagoas com uma ex-funcionária demitida em 2019. A decisão, proferida pelo juiz Alan da Silva Esteves, foi executada no dia 24 de abril por meio do Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud).

Pedro Collor ganhou notoriedade nos anos 1990 ao denunciar casos de corrupção que resultaram no processo de impeachment de seu irmão, o então presidente Fernando Collor, em 1992. Após o rompimento familiar, Pedro morreu em 1994, aos 42 anos.

Os herdeiros de Pedro Collor alegam que ele não deveria mais ser vinculado à Organização Arnon de Mello (OAM) — controladora da Gazeta — pois, segundo afirmam, um acordo estabelecido após sua morte teria excluído seu nome do quadro societário da empresa, que está em recuperação judicial desde 2019. No entanto, registros da Junta Comercial indicam que ele ainda detém 5,14% das ações da OAM, enquanto Fernando Collor figura como o acionista majoritário.

Com base nessas informações, o juiz concluiu que Pedro Collor continua legalmente vinculado à empresa, e que seu espólio pode ser usado para cobrir obrigações não cumpridas pela companhia na qual possuía participação.

A Organização Arnon de Mello enfrenta atualmente uma grave crise financeira, acumulando dívidas superiores a R$ 100 milhões. Em meio a esse cenário, a reconciliação entre Fernando Collor e Thereza Collor, viúva de Pedro, só veio a acontecer em 2024, durante a campanha eleitoral de Fernando Lyra Collor (PSB), filho do ex-presidente, que disputou uma vaga na Câmara Municipal de Maceió.