A dívida pública federal registrou novo aumento em abril, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (28). Segundo o Relatório Mensal da Dívida (RMD), o volume total da dívida passou de R$ 7,5 trilhões para R$ 7,61 trilhões no período, representando uma alta de 1,44%. É o terceiro mês consecutivo de avanço no indicador, que reflete os compromissos financeiros do governo federal com o mercado.
A maior parte desse montante corresponde à Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), que é emitida em moeda nacional. Essa parcela cresceu 1,55% no mês e atingiu R$ 7,31 trilhões, o que representa 96% de toda a Dívida Pública Federal (DPF). Por outro lado, a Dívida Pública Federal Externa (DPFe), que envolve títulos emitidos no exterior, caiu 1,1% e fechou abril em R$ 306,13 bilhões.
De acordo com a análise do Tesouro, o cenário internacional influenciou diretamente o comportamento da dívida brasileira. A continuidade das tensões comerciais entre Estados Unidos e China aumentou a aversão ao risco entre os investidores, o que afetou especialmente os países emergentes, como o Brasil. Ao mesmo tempo, o mercado interno registrou queda na curva de juros, impactada pela reavaliação da trajetória futura da taxa Selic, atualmente fixada em 14,75% ao ano.
Para o mês de maio, o Tesouro projeta uma melhora nas expectativas, com base em dois fatores principais: o avanço nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo e a divulgação de dados de inflação abaixo do previsto nos Estados Unidos. Esses elementos contribuíram para um aumento no apetite ao risco por parte dos investidores, o que pode influenciar positivamente os próximos resultados da dívida pública.