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Educação
26/05/2025 09:00:00

Analfabetismo de pessoas com deficiência é quatro vezes maior no país

Analfabetismo de pessoas com deficiência é quatro vezes maior no país

Agência Brasil

Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o analfabetismo entre pessoas com deficiência no Brasil é significativamente mais alto do que na população sem deficiência. Entre os brasileiros com 15 anos ou mais com algum tipo de deficiência, a taxa de analfabetismo chegou a 21,3%. Já entre aqueles sem deficiência, o índice foi de 5,2%, o que representa uma diferença de quatro vezes.

O levantamento indica que, dos 13,6 milhões de brasileiros com deficiência com 15 anos ou mais, cerca de 2,9 milhões não sabem ler nem escrever. Para fins estatísticos, o Censo considera como pessoas com deficiência aquelas que possuem grande dificuldade ou impossibilidade de enxergar, ouvir, andar ou realizar movimentos finos, além daqueles com limitações mentais que dificultam ou impedem a comunicação, os cuidados pessoais, o trabalho e o estudo.

Desigualdade também na escolarização

As disparidades também aparecem no nível de escolaridade. Entre pessoas com deficiência com 25 anos ou mais, 63,1% não têm instrução ou não completaram o ensino fundamental. No grupo sem deficiência, esse número é de 32,3%. A diferença se mantém em todos os níveis de ensino. Apenas 7,4% das pessoas com deficiência concluíram o ensino superior, contra 19,5% da população sem deficiência. No ensino médio, os percentuais são de 17,8% para pessoas com deficiência e 33,9% para as demais. Já no ensino fundamental, 11,8% das pessoas com deficiência haviam concluído essa etapa, ante 14,3% da população sem deficiência.

Pessoas com autismo também enfrentam barreiras

O Censo 2022 também trouxe dados sobre a escolarização de pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre os adultos com 25 anos ou mais com TEA, 46,1% não possuem instrução ou não completaram o ensino fundamental, número superior ao da população geral, que é de 35,2%.

Entre as pessoas com autismo, apenas 15,7% completaram o ensino superior, enquanto na população geral esse índice é de 18,4%. A conclusão do ensino médio alcança 25,4% das pessoas com TEA e 32,3% na população em geral. Já o ensino fundamental completo foi atingido por 12,9% dos autistas e 14% dos demais brasileiros.

Apesar dessas defasagens, a taxa de escolarização entre pessoas com autismo com 6 anos ou mais é maior: 36,9% delas estudavam em 2022, enquanto o índice da população geral era de 24,3%. Essa diferença positiva é mais evidente nas faixas etárias de 18 a 24 anos (30,4% contra 27,7%) e de 25 anos ou mais (8,3% contra 6,1%). No entanto, entre crianças de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização das pessoas com TEA foi de 94,4%, abaixo dos 98,3% da média nacional, e entre adolescentes de 15 a 17 anos foi de 77,3%, ante 85,3% da população em geral.