Rússia e Ucrânia realizam maior troca de prisioneiros desde o início da guerra

Rússia e Ucrânia finalizaram neste domingo (25) a troca de mil prisioneiros de cada lado, no que se tornou a maior operação desse tipo desde o início do conflito, há três anos. O acordo foi firmado durante uma reunião entre as delegações dos dois países realizada na Turquia, sendo o único avanço concreto rumo à paz após mais de três anos sem negociações diretas.

O processo de repatriação teve início na sexta-feira (23) e durou três dias, envolvendo majoritariamente prisioneiros de guerra, além de 120 civis. Apenas neste domingo, foram devolvidos 303 prisioneiros de ambos os lados.

“Hoje, combatentes de nossas Forças Armadas, da Guarda Nacional, do Serviço Estatal de Guarda de Fronteira e do Serviço de Transporte Especial estão voltando para casa”, declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, por meio do Telegram.

Troca sinaliza possível retomada do diálogo

A iniciativa marca um raro gesto de cooperação no contexto do conflito, mesmo sem qualquer avanço sobre um possível cessar-fogo. Em 16 de maio, Rússia e Ucrânia se reuniram pela primeira vez em mais de três anos, mas não chegaram a um acordo sobre a suspensão temporária dos combates.

Ucrânia, Estados Unidos e aliados ocidentais propuseram uma trégua de 30 dias, sem condições prévias, para permitir o início de tratativas de paz. No entanto, não houve adesão russa à proposta até o momento.

Na sexta-feira (23), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que, após a conclusão da troca de prisioneiros, Moscou estaria pronta para apresentar a Kiev um esboço de proposta para um acordo de paz duradouro.

Ofensiva aérea russa mata civis e aumenta tensão

Apesar da troca, os ataques não cessaram. Durante a madrugada, a Rússia lançou o maior ataque aéreo da guerra até agora, disparando 367 mísseis e drones contra cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev. Pelo menos 12 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, segundo autoridades locais.

O Ministério da Defesa da Rússia informou ainda que suas forças interceptaram ou destruíram 95 drones ucranianos em um intervalo de quatro horas.

O conflito, que já deixou centenas de milhares de soldados mortos ou feridos, também causou a morte de dezenas de milhares de civis ucranianos em decorrência dos intensos bombardeios e cercos a centros urbanos. A guerra segue sendo o mais letal enfrentamento armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.