Um ataque aéreo israelense ocorrido na madrugada deste sábado (24) em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, matou nove dos dez filhos da médica palestina Al-Najjar. A profissional havia saído de casa para cumprir um plantão no Hospital Nasser, deixando os filhos e o marido em casa. Pouco tempo depois, um míssil atingiu a residência. O pai e um dos filhos sobreviveram, mas estão internados em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Bombardeios atingem mais de 100 alvos na Faixa de Gaza
Segundo comunicado do exército israelense, desde sexta-feira (23) foram realizados ataques aéreos contra mais de 100 alvos ao longo do território palestino. A ofensiva faz parte da escalada militar em Gaza, que tem provocado um número crescente de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças.
ONU alerta para fome extrema e bloqueio humanitário
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou duramente a situação imposta à população de Gaza e alertou para o risco iminente de fome generalizada. Segundo ele, os palestinos enfrentam “a fase mais cruel deste conflito”, agravada pelo bloqueio israelense à entrada de ajuda internacional. O bloqueio já dura cerca de 80 dias e impede a chegada de suprimentos essenciais.
Guterres destacou que toda a população de Gaza — mais de 2 milhões de pessoas — está em risco de morte por fome. Ele afirmou que famílias estão sendo forçadas a passar fome e estão privadas de itens básicos de sobrevivência, enquanto o mundo observa sem reação adequada.
Ajuda humanitária chega de forma limitada após 11 semanas
Neste sábado (24), caminhões carregados com farinha conseguiram entrar pela passagem de Rafah, após a liberação parcial por parte de Israel. No entanto, a quantidade recebida não é suficiente para reverter a grave escassez de alimentos provocada por mais de 11 semanas de bloqueio. Algumas padarias no sul de Gaza reabriram após dois meses inativas, mas o fornecimento segue muito abaixo do necessário.
Relatórios locais apontam que ao menos 29 crianças morreram de fome nos últimos dias em Gaza, evidenciando o impacto devastador da crise humanitária na região.