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Saúde
25/05/2025 11:00:00

A cada ano, mundo registra entre 50 mil e 100 mil casos de fístula obstétrica

A cada ano, mundo registra entre 50 mil e 100 mil casos de fístula obstétrica

Todos os anos, entre 50 mil e 100 mil mulheres ao redor do mundo desenvolvem fístula obstétrica, uma lesão grave causada por trabalho de parto prolongado e obstruído sem acesso imediato a cuidados médicos adequados. A condição é marcada pela formação de um orifício entre o canal vaginal e a bexiga ou o reto, provocando incontinência, dor crônica, exclusão social e sérios impactos na saúde mental.

A fístula obstétrica é uma das complicações mais severas do parto e atinge, em sua maioria, mulheres em situação de pobreza, sem acesso a serviços de saúde qualificados. Estigmatizadas por sua condição, muitas dessas mulheres vivem isoladas e sem perspectivas de reabilitação. Estima-se que 500 mil mulheres e meninas convivam com a fístula em regiões como África Subsaariana, América Latina e Caribe, Ásia e países árabes.

Para alertar sobre o problema e impulsionar ações globais de prevenção e tratamento, as Nações Unidas marcam neste 23 de maio o Dia Internacional pelo Fim da Fístula Obstétrica. Neste ano, o tema da campanha liderada pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) é: “Sua saúde, seu direito: construindo um futuro sem fístula”.

A fístula obstétrica é evitável e, na maioria dos casos, tratável. Pacientes que não apresentam complicações podem ser submetidas a uma cirurgia reparadora que custa cerca de US$ 600, incluindo cuidados pós-operatórios e apoio à reabilitação física e emocional. Mesmo assim, a maioria das mulheres afetadas não tem acesso ao procedimento devido à falta de recursos ou estrutura médica.

Além do tratamento cirúrgico, o Unfpa defende políticas públicas voltadas à saúde materna, partos assistidos por profissionais capacitados e educação sobre saúde reprodutiva. A agência também desenvolve programas de prevenção em comunidades vulneráveis, utilizando sobreviventes da fístula e agentes de saúde para conscientizar outras mulheres.

A ONU destaca que a fístula obstétrica representa uma violação clara dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. E reforça que a erradicação desse problema depende do compromisso dos governos, da ampliação do acesso à saúde e do combate à desigualdade de gênero.