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Alagoas
24/05/2025 01:00:00

Alagoas lidera percentual de pessoas com deficiência no Brasil, aponta Censo 2022

Alagoas lidera percentual de pessoas com deficiência no Brasil, aponta Censo 2022

Alagoas registra a maior proporção de pessoas com deficiência (PcD) do Brasil, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE. No estado, 9,6% da população com dois anos ou mais — o equivalente a 291.546 pessoas — declarou possuir algum tipo de dificuldade funcional, superando a média nacional, que é de 7,3%.

Desses alagoanos, 6,8% apresentam uma única dificuldade funcional (206.377 pessoas), enquanto 2,8% relatam duas ou mais dificuldades (85.169 pessoas). Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à acessibilidade e inclusão. No cenário nacional, cerca de 14,4 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Todos os estados do Nordeste estão acima da média nacional, com Piauí (9,3%) e Pernambuco (8,9%) logo atrás de Alagoas. Já Roraima (5,6%), Mato Grosso (5,7%) e Santa Catarina (6%) têm os menores percentuais.

O conceito utilizado para PcD considera pessoas com dois anos ou mais que declararam não conseguir realizar ou ter grande dificuldade em alguma atividade, mesmo utilizando dispositivos de apoio, como óculos ou aparelhos auditivos. As limitações são investigadas em cinco domínios: visão, audição, mobilidade nos membros inferiores, coordenação motora fina e funções mentais (incluindo comunicação, autocuidado, trabalho ou estudo).

Perfil da população com deficiência em Alagoas

A prevalência de deficiência aumenta com a idade. Entre os alagoanos com 100 anos ou mais, 75,3% possuem algum tipo de deficiência. A proporção também é elevada nas faixas de 70 anos ou mais (36%) e 60 anos ou mais (28%). No entanto, mesmo antes da terceira idade, os índices já superam a média nacional. Entre os que têm de 40 a 44 anos, por exemplo, 8,6% são PcD; essa taxa sobe para 12,1% entre 45 e 49 anos, 15,7% entre 50 e 54 e atinge 18% entre 55 e 59.

As mulheres representam a maioria entre os PcDs alagoanos, com 10,8% frente a 8,2% dos homens — a maior proporção feminina do país. Quanto à cor ou raça, a maior incidência está entre pessoas amarelas (13%), seguidas por pretas (12%), indígenas (11,6%), brancas (9,8%) e pardas (9%).

Problemas visuais são os mais comuns entre PcDs em Alagoas

Dificuldades para enxergar, mesmo com uso de óculos ou lentes, atingem 163,7 mil pessoas no estado, sendo a deficiência mais comum — tendência que se repete em todo o país. Em seguida aparecem os problemas de mobilidade, com 109 mil pessoas afetadas. Cerca de 59 mil alagoanos têm dificuldades relacionadas à coordenação motora fina e 49,8 mil apresentam limitações mentais que afetam comunicação, estudo, trabalho e autocuidado. Problemas auditivos atingem 42,7 mil pessoas.

No comparativo por tipo de deficiência, Alagoas lidera nacionalmente nos percentuais de pessoas com dificuldades de visão (5,4%), mobilidade (3,6%) e coordenação motora fina (1,9%).

Educação ainda é um desafio para PcDs em Alagoas

O acesso à educação segue sendo uma barreira importante. Entre os PcDs com 25 anos ou mais no estado, quase 73% não possuem instrução formal ou não concluíram o ensino fundamental. Na população geral, essa taxa é de 44,7%. Apenas 4,8% das pessoas com deficiência concluíram o ensino superior, enquanto 14,6% dos não PcDs têm diploma universitário.

O analfabetismo entre PcDs com 15 anos ou mais chega a 36,8% em Alagoas — o segundo maior índice do país, atrás apenas do Piauí (38,8%). Já entre toda a população estadual, o estado lidera com 16% de analfabetos.

Detalhes da pesquisa

O levantamento do Censo 2022 inclui dados sobre pessoas com deficiência e aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com base em amostra de brasileiros com dois anos ou mais. As informações foram organizadas a partir das diretrizes do Grupo de Washington para Estatísticas sobre Pessoas com Deficiência e contemplam análises por cor ou raça, sexo e idade. Os resultados completos estão disponíveis no portal do IBGE, além de plataformas como SIDRA e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI).