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Chuvas torrenciais atingiram a região leste da Austrália nesta quarta-feira (20), provocando enchentes que já resultaram na morte de pelo menos três pessoas e no isolamento de quase 50 mil moradores, conforme informou o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns.
As fortes tempestades afetaram principalmente a região rural de Mid North Coast, a cerca de 400 quilômetros ao norte de Sydney, onde a polícia encontrou os corpos das vítimas. Segundo o serviço meteorológico do governo, em algumas áreas choveu o equivalente à metade da média anual em apenas três dias.
Diante da rapidez e da intensidade das inundações, moradores precisaram se abrigar nos telhados de suas casas, enquanto helicópteros, barcos e drones foram mobilizados em uma grande operação de resgate. Em Kempsey, cidade situada entre Brisbane e Sydney, a prefeita Kinne Ring relatou que a população foi surpreendida sem qualquer alerta prévio. Apenas nessa localidade, mais de 20 mil pessoas estão isoladas e muitas enfrentam escassez de alimentos e medicamentos.
No total, as autoridades estimam que cerca de 50 mil pessoas permanecem isoladas na Mid North Coast, uma região de terreno acidentado, com colinas que favorecem o escoamento violento das águas. Há ainda o registro de pelo menos três desaparecidos.
A ministra da Gestão de Emergências, Kristy McBain, alertou que a situação ainda é crítica e que o pior pode não ter passado. Cerca de 2.500 socorristas estão atuando nas áreas afetadas, com apoio de uma frota aérea e terrestre.
Steve Bernasconi, da agência meteorológica, informou que algumas cidades acumularam mais de 50 centímetros de chuva em três dias, mas que as condições devem começar a melhorar entre a noite de quinta-feira e a sexta.
Nos últimos meses, a Austrália tem enfrentado eventos climáticos extremos em diversas regiões. Segundo a Universidade Nacional da Austrália, a temperatura média da superfície do mar em torno do país atingiu níveis recordes em 2024. O aumento da temperatura dos oceanos contribui para maior umidade na atmosfera, intensificando as chuvas. Especialistas apontam o aquecimento global, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis, como fator determinante para a frequência e gravidade desses desastres naturais.
