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Mundo
23/05/2025 16:00:00

Governo Trump proíbe Harvard de receber estudantes estrangeiros e intensifica confronto com universidades

Governo Trump proíbe Harvard de receber estudantes estrangeiros e intensifica confronto com universidades

A administração do presidente Donald Trump revogou a licença da Universidade de Harvard para admitir estudantes internacionais no próximo ano letivo, alegando motivos de segurança nacional e acusando a instituição de fomentar “ativismo de esquerda” e colaborar com o Partido Comunista Chinês. A medida afeta diretamente cerca de 6.800 alunos estrangeiros atualmente matriculados na universidade, localizada em Cambridge, Massachusetts, que representam mais de um quarto do corpo discente.

Segundo comunicado do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Harvard estaria promovendo um ambiente hostil, permitindo ações consideradas antiamericanas e ameaças contra estudantes judeus, além de supostamente ter treinado membros de uma organização paramilitar chinesa em 2024. Com isso, os estudantes estrangeiros devem se transferir para outras instituições ou deixar o país, sob risco de perder o status legal.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que a universidade violou um pedido de 16 de abril para entregar dados sobre estudantes envolvidos em protestos no campus. Agora, Harvard tem um prazo de 72 horas para fornecer registros, inclusive imagens de vídeo e áudio, caso queira restaurar sua permissão de receber estudantes internacionais.

A universidade, por sua vez, classificou a ação como ilegal e retaliatória. Em nota, afirmou que a decisão representa um golpe à missão acadêmica da instituição e compromete sua comunidade internacional. Harvard também declarou que está buscando orientações para apoiar os alunos afetados.

A tensão entre a Casa Branca e Harvard tem crescido desde que a universidade se posicionou contra políticas federais em áreas como financiamento acadêmico e liberdade de expressão. A administração Trump já havia cortado mais de 2,6 bilhões de dólares em subsídios federais à universidade e ameaçou retirar seu status de isenção fiscal.

Grupos de direitos civis e liberdade de expressão criticaram duramente a decisão. O grupo Harvard College Democrats acusou o governo de usar os estudantes como ferramenta política para suprimir dissidência. Já a Fundação para os Direitos Individuais e a Expressão declarou que o pedido de dados é um exemplo de “estado de vigilância” e representa um ataque à liberdade de expressão protegida constitucionalmente.