Moraes mantém prisão de Braga Netto por risco à investigação sobre tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (22) manter a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto. Ele está detido desde dezembro de 2024, acusado de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, é apontado como um dos integrantes do núcleo central da trama golpista, ao lado do próprio ex-presidente e do general Augusto Heleno. A decisão de Moraes ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar favoravelmente à continuidade da prisão.

Segundo Moraes, a liberdade do general poderia comprometer o andamento da ação penal. O ministro destacou o depoimento prestado no dia anterior pelo ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Baptista Júnior, que relatou ameaças contra seus familiares e atribuiu a Braga Netto a orientação de militares envolvidos na tentativa de golpe para que pressionassem testemunhas contrárias ao plano.

Ainda de acordo com o magistrado, Baptista Júnior relatou ter encerrado suas contas em redes sociais devido à pressão exercida por militares golpistas sob orientação de Braga Netto. As investigações da Polícia Federal apontam que o general tentou acessar dados sigilosos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que reforça as suspeitas de obstrução.

Após a prisão, a defesa do general negou qualquer tentativa de interferência nas investigações.