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Acidente
22/05/2025 04:00:00

Conflito entre Índia e Paquistão destaca avanço militar da China e alarma autoridades em Taiwan

Conflito entre Índia e Paquistão destaca avanço militar da China e alarma autoridades em Taiwan

A recente escalada entre Índia e Paquistão, além de reacender a preocupação com o confronto entre dois países com arsenal nuclear, também projetou luz sobre o crescente poderio militar da China. De acordo com a Bloomberg, cinco aeronaves indianas teriam sido abatidas por caças J-10C operados por forças paquistanesas, o que fortaleceu a posição do setor de defesa chinês e provocou reações imediatas nos mercados e em aliados estratégicos dos Estados Unidos.

Embora a Índia ainda não tenha confirmado oficialmente as perdas, a suposta atuação dos caças chineses J-10C resultou em um aumento de mais de 55 bilhões de yuans (cerca de R$ 43,3 bilhões) no valor de mercado da fabricante AVIC Chengdu Aircraft. O impacto evidenciou a crescente confiança no desempenho dos equipamentos militares chineses, que até então eram vistos com reservas por boa parte da comunidade internacional.

Em Taiwan, as implicações do episódio foram observadas com apreensão. Para o pesquisador Shu Hsiao-Huang, do Instituto de Pesquisa de Defesa Nacional e Segurança em Taipé, o episódio impõe uma nova análise sobre as capacidades de combate aéreo da China. Ele afirmou que o Exército de Libertação Popular pode estar se aproximando, ou até mesmo superando, os padrões tecnológicos das forças aéreas norte-americanas na região da Ásia Oriental.

Um dos elementos mais relevantes do suposto ataque foi a presença de mísseis PL-15 entre os destroços dos aviões indianos. Com velocidade superior a Mach 5 e projetados para combate ar-ar, esta seria a primeira vez que tais armamentos são utilizados em um conflito real, o que aumenta sua visibilidade e atratividade no mercado internacional, especialmente entre países em desenvolvimento.

Apesar de episódios anteriores envolvendo falhas técnicas em nações como Bangladesh e Mianmar, o equipamento militar chinês segue em expansão global. Dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) mostram que as exportações de armamentos da China triplicaram entre os períodos de 2000-2004 e 2020-2024, mantendo o Paquistão como principal destino.

Atualmente atrás apenas dos Estados Unidos, Rússia e França no ranking global de exportadores de armas, a China pode ter no atual conflito uma oportunidade inesperada para impulsionar sua imagem como fornecedora de sistemas bélicos avançados. Segundo James Char, professor do Programa China da Escola de Estudos Internacionais Rajaratnam, os recentes acontecimentos devem tornar os equipamentos chineses ainda mais atraentes para futuros compradores.